Tu me tinhas
em segredo
em holofotes
em cada minuto
do dia,
tu me tinhas.
E hoje,
o que tu tens?
segunda-feira, 29 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
Nove bilhões
Todos os dias me acompanha um tormento
de dor, de saudade, de ansiedade
Que será dos meus dias? Que será do que foi?
O que vai me restar, quando nada restar?
Dói a vida brotando, nova
Dói ficar sozinha por um segundo
E neste segundo, não ter ninguém
Mas logo alguém grita de longe, que alguma coisa aconteceu
Um assassinato, um nascimento, uma vitória ou uma derrota
Coisas acontecem a todo instante
Novas flores brotam no chão, enchentes encharcam o mundo
Eu, sozinha, nunca estou sozinha
O mundo inteiro não passa de uma solidão de nove bilhões de pessoas.
de dor, de saudade, de ansiedade
Que será dos meus dias? Que será do que foi?
O que vai me restar, quando nada restar?
Dói a vida brotando, nova
Dói ficar sozinha por um segundo
E neste segundo, não ter ninguém
Mas logo alguém grita de longe, que alguma coisa aconteceu
Um assassinato, um nascimento, uma vitória ou uma derrota
Coisas acontecem a todo instante
Novas flores brotam no chão, enchentes encharcam o mundo
Eu, sozinha, nunca estou sozinha
O mundo inteiro não passa de uma solidão de nove bilhões de pessoas.
Diálogo
-Estou tão cansada de sofrer, não quero mais amar.
-E o que lhe resta então, é continuar sofrendo.
-E o que lhe resta então, é continuar sofrendo.
quinta-feira, 25 de março de 2010
De repente, outro mundo
De um dia para o outro
de repente se acorda
se acorda para o mundo
que, de um dia para o outro,
é um outro mundo.
de repente se acorda
se acorda para o mundo
que, de um dia para o outro,
é um outro mundo.
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
Canto de cisne
Chore porque eu não te amo,
ou chore porque te deixei.
Chore com a música
que já não é nossa,
ou chore com o som
dos meus passos partindo.
Chore com o meu silêncio
do outro lado da linha.
Chore porque eu já não sou sua,
chore, eu peço, chore por mim.
Seu sorriso me dói demais.
ou chore porque te deixei.
Chore com a música
que já não é nossa,
ou chore com o som
dos meus passos partindo.
Chore com o meu silêncio
do outro lado da linha.
Chore porque eu já não sou sua,
chore, eu peço, chore por mim.
Seu sorriso me dói demais.
Nem precisa ser poeta
Nem precisa ser poeta
e nem o és
mas a poesia vem
todo dia
com cada palavra
que pronuncias.
e nem o és
mas a poesia vem
todo dia
com cada palavra
que pronuncias.
Há quem diga
Há quem diga que foi de propósito,
há quem diga que foi sem querer.
Haverá sempre alguém para dizer,
nem sempre alguém para ouvir.
E pra mim nem importa.
Pode ser que sim, pode ser que não.
A data vai ficar marcada,
a ausência vai ficar marcada,
O motivo eu já esqueci.
há quem diga que foi sem querer.
Haverá sempre alguém para dizer,
nem sempre alguém para ouvir.
E pra mim nem importa.
Pode ser que sim, pode ser que não.
A data vai ficar marcada,
a ausência vai ficar marcada,
O motivo eu já esqueci.
A B.C.
terça-feira, 16 de março de 2010
Pata de quatro patas
Sonhei com você hoje. Foi rápido o sonho, porque era uma soneca no meio da tarde.
Você estava linda com uma calça jeans (acho que eu nunca te vi de jeans) e me apresentava para o seu novo namorado. Ele era meio mala, falava demais, e era meio prepotente. Você sorria e achava ele o máximo. De repente, você começava a se dar conta de que ele não combinava com você e começávamos a rir bem gostoso. Eu e você bem cúmplices, como já fomos um dia, como estamos sendo agora. Você tão longe, e mesmo assim eu consegui sentir a sua risada. Eu quis te contar, porque você me sorriu numa soneca no meio da tarde, e eu estou te sorrindo agora.
Você estava linda com uma calça jeans (acho que eu nunca te vi de jeans) e me apresentava para o seu novo namorado. Ele era meio mala, falava demais, e era meio prepotente. Você sorria e achava ele o máximo. De repente, você começava a se dar conta de que ele não combinava com você e começávamos a rir bem gostoso. Eu e você bem cúmplices, como já fomos um dia, como estamos sendo agora. Você tão longe, e mesmo assim eu consegui sentir a sua risada. Eu quis te contar, porque você me sorriu numa soneca no meio da tarde, e eu estou te sorrindo agora.
Te amo e sinto sua falta.
domingo, 14 de março de 2010
Se quiser
Se quiser partir,
vá agora.
Se quiser ficar,
vá ficando aos poucos.
Não me avise,
não conte a ninguém,
vá ficando
a cada dia
devagar
até ocupar todo o espaço
que era vazio.
vá agora.
Se quiser ficar,
vá ficando aos poucos.
Não me avise,
não conte a ninguém,
vá ficando
a cada dia
devagar
até ocupar todo o espaço
que era vazio.
segunda-feira, 8 de março de 2010
4/4
Eu tinha quatro vidas.
Perdi duas,
por aí,
Tão à toa...
A terceira eu perdi,
porque foi preciso.
A última que me resta,
é tão escassa,
tão curta,
tão pequena,
tão à toa, por aí,
que eu cuido bem,
para nunca me faltar vida.
Perdi duas,
por aí,
Tão à toa...
A terceira eu perdi,
porque foi preciso.
A última que me resta,
é tão escassa,
tão curta,
tão pequena,
tão à toa, por aí,
que eu cuido bem,
para nunca me faltar vida.
Ou em pensamento
Há um modo certo de agir,
um modo bem simples.
Dizer coisas baixinho,
Mostrar gratidão,
(uma gratidão qualquer).
Há um modo certo, que é fácil de acertar.
É só andar devagarzinho,
com muita pressa.
É só ter uma urgência diária,
mas aguentar com força.
Mas é preciso,
(muito preciso mesmo)
lembrar de chamar o meu nome,
-todos os dias
nem que seja baixinho,
ou em pensamento.
um modo bem simples.
Dizer coisas baixinho,
Mostrar gratidão,
(uma gratidão qualquer).
Há um modo certo, que é fácil de acertar.
É só andar devagarzinho,
com muita pressa.
É só ter uma urgência diária,
mas aguentar com força.
Mas é preciso,
(muito preciso mesmo)
lembrar de chamar o meu nome,
-todos os dias
nem que seja baixinho,
ou em pensamento.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Pena capital
Morreu a vontade, morreu a coragem, morreu o desejo, morreu a atração, morreu o carinho, morreu a memória, morreu a urgência, morreu a necessidade, morreu o tesão, morreu, morreu, morreu. E a morte, embora tão abundante, passou despercebida.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Desvio
Porque hoje é um dia qualquer,
eu não lembrei de você.
eu não lembrei de você.
-Só um pouquinho, enquanto voltava pra casa.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Mortais
Quais são as coisas que matam?
O amor? A solidão? A tristeza?
Nada disso mata, disse a minha mãe.
Quem sou eu para duvidar?
O que mata de verdade, disse o meu pai,
é deixar-se morrer cada vez que deparamos
o amor, a solidão, a tristeza.
O amor? A solidão? A tristeza?
Nada disso mata, disse a minha mãe.
Quem sou eu para duvidar?
O que mata de verdade, disse o meu pai,
é deixar-se morrer cada vez que deparamos
o amor, a solidão, a tristeza.
As irmãs
Sobre como você deveria ter lido aquele livro
Você deveria ter lido aquele livro da Clarice que eu te dei. Você ia me entender melhor. E talvez até se entender melhor. Você era o Ulisses e eu era a Lóri, mas sem o final bonito.
Eu tive bastante

Dizia o Drummond que de tudo fica um pouco. O que ficou dessa vez? De mim em ti, de ti em mim? Ficou um pouco de tristeza talvez? Um pouco de desânimo, um pouco de cansaço? Ficou em mim um pouco de vontade, por não ter tido o bastante. Queria saber o que ficou em você, nos seus olhos azuis. No seu peito tão cheio de coisas escondidas de mim. No meu peito quase vazio ficou um espaço maior. De tudo fica um pouco, e de pouco eu tive bastante.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Suspiros na chuva
Enquanto chove eu sei que um monte de gente morre, eu sei que ruas alagam, casas são destruídas, pais demoram para voltar para suas casas e mais outras complicações tantas. Acontece que eu só consigo imaginar a sua alegria com tantas poças d'água para passar com o carro. A água passa por lugares que nunca seriam molhados antes, eu fico imaginando ela entrando pelos cantos do carro, você me dizia.
Não sei
Tem também alguns dias que eu passo o dia todo pedindo desculpas. Sem perceber. Me pedem licença, desculpa. Me falam até logo, desculpa. Me dizem adeus, obrigada, por favor e eu sempre digo perdão. Como um personagem da Clarice, estou quase pedindo perdão por ocupar o meu espaço no mundo. Esse mundo que não é meu. Deve ser de outra pessoa, não sei.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
mais, menos etc.
Depois de acreditar que eu poderia valer um milhão
Seu olhar barato não mais me engana
Não aceito menos
do que tudo que você tiver
Seu olhar barato não mais me engana
Não aceito menos
do que tudo que você tiver
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Vigésimo segundo andar
Tenho medo de chegar, e ser tudo escuro demais.
De fazer aquele eco que as salas vazias fazem.
De subir rápido demais as escadas, e ficar sem fôlego para dizer oi.
Tenho medo, muito medo de não haver nenhum vaso de flor.
É possível que o sofá seja alto demais e eu não consiga me sentar.
É possível também que eu pise forte demais no chão e os vizinhos de baixo reclamem.
E se o elevador parar? E se a janela não abrir?
E se eu estiver com medo de não saber mais te amar?
De fazer aquele eco que as salas vazias fazem.
De subir rápido demais as escadas, e ficar sem fôlego para dizer oi.
Tenho medo, muito medo de não haver nenhum vaso de flor.
É possível que o sofá seja alto demais e eu não consiga me sentar.
É possível também que eu pise forte demais no chão e os vizinhos de baixo reclamem.
E se o elevador parar? E se a janela não abrir?
E se eu estiver com medo de não saber mais te amar?
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
E fica por isso mesmo
Você é tão secreto e tão misterioso que toda vez que os seus olhos sorriem, eu imagino se eles estarão sorrindo para mim... Mas eu não sei.
acho, apenas.
Não consegui desenvolver a idéia direito, mas acho que há quatro muros em volta de mim. Não sei de que material, não sei de onde vieram, por que estão ali. Como disse, não consegui desenvolver a idéia direito.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Eu acabo sempre
Eu não sei fazer poesia
escrevo sempre do mesmo
Eu não sei pra onde vou
e acabo sempre aqui
Qual a graça de ser eu
se não há outra opção?
Sou sempre eu
com outra cor de cabelo.
Às vezes falta alguém
algures
pra me dizer qualquer coisa.
Eu não sei fazer poesia
e escrevo mesmo assim
eu não sei recomeçar
e acabo sempre no fim.
escrevo sempre do mesmo
Eu não sei pra onde vou
e acabo sempre aqui
Qual a graça de ser eu
se não há outra opção?
Sou sempre eu
com outra cor de cabelo.
Às vezes falta alguém
algures
pra me dizer qualquer coisa.
Eu não sei fazer poesia
e escrevo mesmo assim
eu não sei recomeçar
e acabo sempre no fim.
Tu me olhavas
Passei os dias distraída, tirando fotos de tudo em volta.
Quando voltei para revelar as fotos,
vi que tu me olhavas.
Tu me olhavas em todas as fotos que eu, distraída, tirei.
Eu procurava alguém que me olhasse daquele jeito,
mas eu estava distraída.
Alguém me olhavas, e era tu.
Mesmo que eu não tenha percebido a tempo,
mesmo que o tempo já tenha passado,
mesmo que o teu olhar já não seja mais aquele,
tu me olhavas.
Quando voltei para revelar as fotos,
vi que tu me olhavas.
Tu me olhavas em todas as fotos que eu, distraída, tirei.
Eu procurava alguém que me olhasse daquele jeito,
mas eu estava distraída.
Alguém me olhavas, e era tu.
Mesmo que eu não tenha percebido a tempo,
mesmo que o tempo já tenha passado,
mesmo que o teu olhar já não seja mais aquele,
tu me olhavas.
Quarta-feira de muitas cinzas
Tem um troço no meu peito que quando eu chego em casa começa a gritar. Ele pede para que eu cuide dele. Pede sossego, pede calma e pede um pouco de solidão. Tem um troço que fica me perguntando para onde eu quero ir, para onde estou indo, o que eu quero fazer. Me deixa! Me larga! Mas ele não larga. Ele às vezes me incomoda tanto, quero vomitar para fora. Mas eu não sei como. Então eu escuto, em silêncio. Eu escuto e espero. Até respeito (acho que ele exige o meu respeito). Esse troço, eu acho que é o resto de mim que sempre sobra.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Quatro no dia oito
1- O que eu mais quero na vida
(ou talvez só neste momento agora)
é escrever poemas
poemas e mais poemas
para alguém
em papeizinhos coloridos
e mais nada,
mais nada.
2- Às vezes (um monte delas)
eu digo não alto (ou baixo mesmo)
e tudo que eu quero dizer é sim, um milhão de vezes
até os meus dentes caírem da boca.
3- Eu dou risada alto
só para esconder o meu medo
mas todo mundo sabe disso.
4- hapiness can be written through a very, very sad song.
(ou talvez só neste momento agora)
é escrever poemas
poemas e mais poemas
para alguém
em papeizinhos coloridos
e mais nada,
mais nada.
2- Às vezes (um monte delas)
eu digo não alto (ou baixo mesmo)
e tudo que eu quero dizer é sim, um milhão de vezes
até os meus dentes caírem da boca.
3- Eu dou risada alto
só para esconder o meu medo
mas todo mundo sabe disso.
4- hapiness can be written through a very, very sad song.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
I cannot say it
But my heart does not know what happened.
So he sends me these beautiful thoughts,
he tells me to remember you at all times,
he tells me to think of you at the beach,
at the mardi gras, during the solitude of the nights.
And it is not my fault, because he does not know what happened.
I try to tell him, but he does not listen.
Perhaps you should tell him. I can not.
So he sends me these beautiful thoughts,
he tells me to remember you at all times,
he tells me to think of you at the beach,
at the mardi gras, during the solitude of the nights.
And it is not my fault, because he does not know what happened.
I try to tell him, but he does not listen.
Perhaps you should tell him. I can not.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Presos no peito
Não vou dizer o que eu sinto.
Você não vai saber de minha boca.
O que eu sinto é muito peito para pouco coração,
é muita veia para pouco sangue,
é talvez vazio demais.
O que eu sinto não vou dizer,
é muito mais do que eu posso aguentar,
-e talvez eu nem aguente.
O que eu sinto não é por você,
e é muito maior que tudo isso.
Não posso dizer, você não entenderia.
Talvez corresse de medo
Talvez ficasse para me salvar.
Mas eu acabaria te salvando afinal,
não ia dar certo.
Não posso falar o que sinto,
seria necessária muita voz, e eu mal consigo suspirar.
Aliás, o que eu sinto é isso:
tenho todos os suspiros do mundo
presos no peito.
Você não vai saber de minha boca.
O que eu sinto é muito peito para pouco coração,
é muita veia para pouco sangue,
é talvez vazio demais.
O que eu sinto não vou dizer,
é muito mais do que eu posso aguentar,
-e talvez eu nem aguente.
O que eu sinto não é por você,
e é muito maior que tudo isso.
Não posso dizer, você não entenderia.
Talvez corresse de medo
Talvez ficasse para me salvar.
Mas eu acabaria te salvando afinal,
não ia dar certo.
Não posso falar o que sinto,
seria necessária muita voz, e eu mal consigo suspirar.
Aliás, o que eu sinto é isso:
tenho todos os suspiros do mundo
presos no peito.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Primeiro de fevereiro de mil novecentos e oitenta e sete
sábado, 30 de janeiro de 2010
Sou eu que estou aqui
Sou eu, sou eu que estou aqui, não vês?
Por que não me abraças com os teus braços bem fechados,
por que não chamas meu nome alto, para que eu possa ouvir?
Sou eu que estou aqui, tu me conheces, sou eu.
Sou eu como sempre fui.
Por que me tratas como uma estranha,
Por que não beijas os meus lábios como um dia fizeste tão bem?
Como podes caminhar ao meu lado e não segurar a minha mão para atravessar a rua?
Sou só eu. Sou só eu que estou aqui.
Estou aqui para que me ames, para que me abraces e me leves contigo.
Estou aqui porque me chamastes um dia.
Acho que sei por que não vens.
Acho que sei por que não chamas o meu nome,
por que não olhas nos meus olhos, por que não respondes o meu chamado.
Acho que sei, enfim.
Não vens, porque sou eu que estou aqui,
Só eu.
Por que não me abraças com os teus braços bem fechados,
por que não chamas meu nome alto, para que eu possa ouvir?
Sou eu que estou aqui, tu me conheces, sou eu.
Sou eu como sempre fui.
Por que me tratas como uma estranha,
Por que não beijas os meus lábios como um dia fizeste tão bem?
Como podes caminhar ao meu lado e não segurar a minha mão para atravessar a rua?
Sou só eu. Sou só eu que estou aqui.
Estou aqui para que me ames, para que me abraces e me leves contigo.
Estou aqui porque me chamastes um dia.
Acho que sei por que não vens.
Acho que sei por que não chamas o meu nome,
por que não olhas nos meus olhos, por que não respondes o meu chamado.
Acho que sei, enfim.
Não vens, porque sou eu que estou aqui,
Só eu.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Learn something everyday
Today I have learned that taking your watch off does not make the time stop.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Máscaras de oxigênio cairão automaticamente
Não sei como dizem exatamente nos aviões. Algo como: "Puxe uma das máscaras, coloque-a sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta da cabeça, e depois auxilie os outros caso necessário." Primeiro é preciso que você respire e sobreviva, para que depois você possa ajudar quem quer que esteja ao seu lado a sobreviver também. Essa é a lei dos aviões em turbulência. Essa é a lei de qualquer turbulência. Sobreviva antes de tentar salvar o outro.

domingo, 24 de janeiro de 2010
Sobre as diferenças
"Existem coisas que eu gosto e você não gosta, existem coisas que você gosta e eu não gosto, existem coisas que nós dois não gostamos, e existem coisas que nós dois gostamos. Briguemos juntos por essas últimas!"
Acho que acabei brigando sozinha.
sábado, 23 de janeiro de 2010
se ela tapasse os ouvidos podia ouvir suas veias pulsando
De repente a chuva ficou tão estranha, tão distante, tão sem sentido. Ou era a vida? De repente ela quis ser uma bailarina, para dançar na chuva. Estava tudo em silêncio, se ela tapasse os ouvidos podia ouvir suas veias pulsando. Engraçado as pessoas passarem e esquecerem de devolver os nossos pertences, ela pensava. Haviam esquecido de devolver as suas coisas, talvez de propósito, e ela estava um pouco perdida. Não sentia mais tanta dor, porque tinha os pés calejados. Os pés, as mãos, os braços, os olhos e os lábios. O coração não sabia calejar, e sangrava como sempre. É bom que sangre mesmo, é bom que seja assim. Mesmo não sendo bailarina, ela só queria dançar na chuva. E se dançasse, e se pegasse na mão de alguém, e caísse no chão ou qualquer outra coisa, o coração continuaria sangrando. A gente se assusta com o sangue, porque ele precisa ficar por dentro da pele. Ruim mesmo é se faz um corte e ele sai. Mas isso ainda não havia acontecido. Por isso ela continuava, mesmo perdida. E mesmo sem achar nenhum sentido, ela foi dançar na chuva.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Hoje ainda aqui
Hoje, tudo que o mundo fez foi não acabar.
Eu só queria que ele acabasse
Aos poucos, devagarzinho.
Hoje, tudo que o mundo fez foi acabar.
Tudo ao mesmo tempo,
Desmoronando no chão.
Hoje eu acabei e o mundo ficou
-Flutuando nesse infinito tão mesquinho
Hoje eu não fiquei no mundo.
Não teve mundo nem infinito.
Nada disso importa,
Hoje nada mudou:
A solidão ainda existe e eu também.
Eu só queria que ele acabasse
Aos poucos, devagarzinho.
Hoje, tudo que o mundo fez foi acabar.
Tudo ao mesmo tempo,
Desmoronando no chão.
Hoje eu acabei e o mundo ficou
-Flutuando nesse infinito tão mesquinho
Hoje eu não fiquei no mundo.
Não teve mundo nem infinito.
Nada disso importa,
Hoje nada mudou:
A solidão ainda existe e eu também.
domingo, 17 de janeiro de 2010
2.
Eu tive medo o tempo todo. Se alguém me abraça, eu perco o medo. Você nunca me abraçou o bastante.
1.
Tem dias que eu quero que tudo morra, e não fique nem uma última voz. Tem dias que tudo morre, mas sobra uma voz.
Como fazem?
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Pode ser que eu
Faz algum tempo já que nada tenho a dizer.
Pode ser que eu esteja sem voz,
Pode ser que eu esteja sem palavras, sem frases
Pode ser que eu esteja cansada.
Mas nesse tempo em que ando calada,
Pode ser que eu esteja sem voz,
Pode ser que eu esteja sem palavras, sem frases
Pode ser que eu esteja cansada.
Mas nesse tempo em que ando calada,
Vejo que tudo vai ficando distante, tudo.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
sábado, 26 de dezembro de 2009
Pela poesia
Quando me despeço de você, sempre que me despeço de você, tenho vontade de agradecer por um dia você ter me amado. Eu era mais bonita quando você me amava. Eu gostava de fingir que dentro do meu peito não havia só um monte de veias e tubos, havia um troço grande pulsando todo o meu sangue. Você sorria em paz quando me olhava, como se nunca tivesse existido solidão e frio. Sinto falta de quando eu não era insignificante. Sinto falta do seu abraço, que me lembrava o berço em que dormia. Me ame de novo, eu peço. Só para que eu possa escrever mais poesia.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Sala de cinema
Você se lembra daquela sala de cinema?
Sala vazia de cinema, eu e você, sem ver filme algum.
Aquele dia, sabe, eu achei que a vida era um filme.
Sala vazia de cinema, eu e você, sem ver filme algum.
Aquele dia, sabe, eu achei que a vida era um filme.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Não muito
Quando eu te vi pela primeira vez, acho que foram os seus olhos claros que me convidaram. Havia tanta gente. Você me olhava com medo, parecia que era medo. Pelo tempo que demorou a vir me perguntar qualquer coisa, acho que era mesmo um pouco de medo. Você dizia coisas tão fascinantes. Ou era eu que escutava só o que eu queria ouvir? Você me ganhou desde o primeiro olhar. E foi me ganhando. Mas você parece me perder aos poucos agora. Eu não sei se espero, se vou, se é cedo ou se é tarde. Você me confunde. Eu não consigo te decifrar, você carrega qualquer coisa de saudade. Antes mesmo de você chegar eu já estou sentindo saudade. Acho que é a ausência, que mesmo que você lute contra ela, você aprendeu a ser ausente. Eu carrego uma multidão no peito. São muitas e muitas pessoas. E todas elas querem um pouco. Todas elas sentem saudade, você consegue deixar a multidão do meu peito sozinha. Você consegue não dar a mão para nenhuma das pessoas que eu trago comigo. Eu não peço muito, posso transformar essa multidão em uma só. Eu não peço muito, só não quero mais essa sua saudade.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Que você segurasse
- O perigo nunca vai deixar de existir, disse ele meio ofegante. Talvez estivesse cansado de tentar explicar para ela.
- Pode ser, e é por isso mesmo que eu gostaria que você segurasse a minha mão, ela respondeu.
E então, as coisas ficaram um pouco mais complicadas.
- Pode ser, e é por isso mesmo que eu gostaria que você segurasse a minha mão, ela respondeu.
E então, as coisas ficaram um pouco mais complicadas.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Lições de um vazio
O vazio inevitável do fim do dia voltou a aparecer. Discretamente, enquanto eu estou distraída pensando no que será que amanhã. É um vazio bonito, até. Quase se confunde com um sentimento de impotência, de insignificância. Mas é um vazio, apenas. Não esvazia o meu ser, não me deixa desiludida esperando algo para preenchê-lo, ele apenas é. Tem dias que sinto uma paz enorme em estar aqui, tem dias que passo cheia de dúvidas se eu deveria estar em outro lugar. E o vazio, que passa o dia todo escondido, surge segundos antes de meus olhos fecharem para dormir. Não luto contra ele, não sofro (só às vezes que sofrer me faz grande), eu deixo o vazio ali, porque ele é meu e com ele eu aprendi a coexistir.
sábado, 12 de dezembro de 2009
caneta de dedos
Não consigo disfarçar a vontade de escrever poemas em seu peito. Será que algum dia você me deixa?
sobre escolher
Eu te escolhi. Outros me olhavam, outros pareciam até mais interessantes, mas eu escolhi você. Eu já havia escolhido outras pessoas outras vezes, mas dessa vez foi diferente. Foi tão complexo, tão astronômico, tão inusitado: você me escolheu também.
Acho melhor não publicar
Fico cheia de rascunhos. Nas minhas mensagens de texto, nos meus e-mails, no meu blog, nas minhas declarações, e hoje percebi: nos meus olhares também.
domingo, 6 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Não vá
Por favor, não vá.
Parei de esperar
que você seja outra pessoa.
Por favor, não vá.
Acho que aprendi
a enxergar você.
Não vá,
eu quero te conhecer.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Fugir da solidão
Ela sempre quis fugir da solidão. Quando ele perguntou, ela logo falou o nome dela, com esse propósito. Mesmo que subliminar, mesmo que camuflado nas suas risadas sem jeito. Ela aceitou a carona dele, achando que não iria ficar sozinha estando ao lado dele. Ele parecia tão especial. Ela esperou a ligação dele. Esperou, porque sabia que ele era alguém, e eles dois sendo alguém juntos, naturalmente não estariam sozinhos: um teria o outro. Era isso que ela pensava. Ela nem quis saber. Passou a esperá-lo no portão. Passou a sorrir quando pronunciava o seu nome. Mas, sabe, ela estava enganada. Tão enganada, meu Deus. Ela achava que sabia o que era a solidão, mas foi só depois de conhecê-lo que ela viu o que realmente era a solidão.
domingo, 29 de novembro de 2009
O balanço

Gosto de pensar que por trás de toda essa sua petulância, de toda essa certeza, de tanta sabedoria e seriedade, há um menino. Gosto de imaginar que esse menino gosta de correr, que ele gosta de dar risada, que gosta de aprender coisas novas. Sei que deve haver, em algum lugar por trás do que eu vejo, algo que eu não posso ver. Deve haver uma necessidade de um colo, deve haver uma vontade enorme de tomar sorvete a qualquer hora, deve haver. Quando descobri o seu olhar no meio daquela gente toda, eu vi um menino. Com o tempo esse menino foi sumindo, foi se escondendo, acho que ele foi se proteger. Mas eu quero que saiba, e eu falo com o menino apenas, que você pode sair aqui fora um pouco. Saiba que por trás desse meu cansaço, desse meu desânimo, desse meu olhar triste que chora, há uma menina louca para brincar com você no balanço.
sábado, 28 de novembro de 2009
até eu saber
Não sei se eu tenho essa capacidade de não amar quem me abraça. É difícil, se recebo tão poucos abraços. Vou continuar me segurando para não te amar, até eu saber que você me abraça por amor e não por solidão.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Seremos distantes
Estou me esforçando para não olhar demais para o seu rosto. Me esforço também para não pegar na sua mão e nem encostar no seu ombro. Vou fazer todos os esforços que a sua frieza pedir, até que um dia eu me torne distante sem mais esforço. Seremos dois distantes, que talvez boiem no meio de uma lagoa (ou seria represa?). Você não vai segurar a minha mão e nem perguntar como foi o meu dia, mas isso não vai fazer diferença já que eu nem vou notar.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Como será o seu adeus?
domingo, 22 de novembro de 2009
ímã
Não estou sabendo lidar com você. Tenho medo às vezes e quando eu não tenho medo, eu tenho silêncio. Talvez você seja como o mar sendo visto pela primeira vez. Ou então o escuro. Ainda não sei.
sábado, 21 de novembro de 2009
A próxima
Ela não sabia se falava logo tchau, ou se pedia para ele. Então pediu. Não me deixe sozinha hoje, por favor, eu não quero. Ele fez aquele sorriso didático que lhe é de costume e respondeu. Você não tem medo, né. Claro que não, só não quero. Ele continuou dirigindo, e disse desinteressado: não sei. Pode ser que dentro dele, ele quisesse abraçá-la e protegê-la, do jeito que ela gosta e ele sabe. Mas não foi isso que ele mostrou. Ele só disse não sei. Então, quando chegaram na casa dela, ele achou aquilo uma bobagem e disse: fica para a próxima. E deixou ela sozinha. Na próxima, ela pensou, eu não vou pedir para você ficar comigo, eu vou querer ficar sozinha, porque você me ensinou. E ela foi dormir, no silêncio da noite.
O amor
Eu também te procuro
por favor me espere,
eu também estou perdida.
Não desista de me encontrar,
Tudo tem sido difícil para mim
enquanto isso.
Você não chega e eu acabo
me confundindo.
Eu sempre acho que você é outra pessoa,
mas você nunca é.
Não desista de mim.
Eu estou em algum lugar
que você ainda não foi,
mas eu estou aqui.
Se você soubesse quantas vezes
eu me confundi.
Tem sido difícil te encontrar
em tantos lugares vazios.
Mas olha, eu não vou desistir de você.
Pode demorar, eu não me importo.
Quando você me reconhecer,
pode ser que, de repente,
eu me reconheça.
por favor me espere,
eu também estou perdida.
Não desista de me encontrar,
Tudo tem sido difícil para mim
enquanto isso.
Você não chega e eu acabo
me confundindo.
Eu sempre acho que você é outra pessoa,
mas você nunca é.
Não desista de mim.
Eu estou em algum lugar
que você ainda não foi,
mas eu estou aqui.
Se você soubesse quantas vezes
eu me confundi.
Tem sido difícil te encontrar
em tantos lugares vazios.
Mas olha, eu não vou desistir de você.
Pode demorar, eu não me importo.
Quando você me reconhecer,
pode ser que, de repente,
eu me reconheça.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Entregue em mãos
Saiba, pois, que entregar um poema na mão exige muita coragem.
A gente se expõe ao rídiculo de não saber escrever,
Mente um pouquinho, doces mentiras.
Um poema entregue em mãos nos deixa nus.
Ainda mais se a mão que recebe
não aplaude
-nem um pouquinho.
A gente se expõe ao rídiculo de não saber escrever,
Mente um pouquinho, doces mentiras.
Um poema entregue em mãos nos deixa nus.
Ainda mais se a mão que recebe
não aplaude
-nem um pouquinho.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
O eu te amo da Bianca
Ela tem cara dessas pessoas que não falam "eu te amo" para ninguém. Nunca. Na verdade não é só cara, ela realmente não fala. Mas eu aceitei fazer parte mesmo assim. Driblando um certo mau-humor e pessimismo fomos indo, eu cheia de querer sugar a vida e ela cheia de querer cuspi-la. E não é que os anos passaram bem devagar (ou rápido demais?) e ela esqueceu de ser mau-humorada e pessimista? Esqueceu. Claro que há certas hipóteses para esse esquecimento, mas eu não vou dizer. (Será que ela fica muito brava se eu disser?) Pra mim, foram os quatro olhinhos que surgiram de repente. Ela pôde entender um pouquinho melhor como tudo isso é sim um milagre. E também ela gostou de ser tão, mas tão amada por duas coisinhas minúsculas. Mas não foi só isso. Também teve a mãe que, de repente, se deu conta -mais do que antes, do tamanho do buraco que ficou depois que ela veio para a cidade grande. A mãe sorriu mais para ela, e ela sorriu mais para a mãe. Eu, narcisista que sou, não posso deixar de citar minha participação nisso tudo. Minha e da Marina, quase igual. Mostramos para ela o quanto ela é fundamental para um certo mundo (o nosso). Ser fundamental é fundamental para a sobrevivência, e acho que ela não sabia disso. Claro que houve mais coisa. Muitas outras coisas, mas eu não saberei explicar. Talvez só um estudioso de psicologia saberia. O fato é que ela esqueceu de ser mau-humorada e pessimista, e sem nem peceber, passou a querer sugar a vida também. Hoje eu chorei um pouquinho. Ela desceu do carro, e antes de bater a porta com seu jeito meio agressivo, falou: "Te amo" e saiu.
domingo, 15 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Sobre vidas que eu não salvo
Quando eu escrevo nenhum milagre acontece. Nenhum. Nem mesmo dentro de mim. Tudo se mantém igual e eu não consigo salvar nenhuma vida. Mas não é disso que eu preciso. Eu só preciso encontrar alguma coisa, e talvez eu encontre um pedacinho do que eu procuro. Eu escrevo para encontrar a parte de mim que eu perco enquanto vivo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Só eu vejo

Um dia eu já quis deixar a Terra.
-Não foi hoje.
Um dia eu já quis me encontrar do outro lado,
e conhecer outras partes do ser,
mas hoje, sem dúvidas, não foi.
Hoje eu não quis ser outra, não quis mudar meu sentido.
Quis deitar em minha própria cama,
ter meus próprios sonhos,
(que, embora escassos, chegam a sobrar em mim.)
Quis ter esses meus olhos,
e ver tudo que estou vendo agora:
-Não foi hoje.
Um dia eu já quis me encontrar do outro lado,
e conhecer outras partes do ser,
mas hoje, sem dúvidas, não foi.
Hoje eu não quis ser outra, não quis mudar meu sentido.
Quis deitar em minha própria cama,
ter meus próprios sonhos,
(que, embora escassos, chegam a sobrar em mim.)
Quis ter esses meus olhos,
e ver tudo que estou vendo agora:
Essa beleza toda que não há,
mas eu vejo.
mas eu vejo.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Eu te desprezo agora
Te desprezo como um preso despreza a vida lá fora.
Te desprezo com todos os meus dentes.
Se desprezasse menos, não poderia lhe escrever mais uma palavra.
Se desprezasse mais, poderia subir a escada sem pensar em você.
Eu desprezo tudo que vem de você, desprezo o seu cheiro também.
Eu desprezo cada segundo que respira,
desprezo o meu peito quando foi seu, desprezo o seu amor fingido.
Eu desprezo-te com toda a minha voz,
com o meu coração, com tudo, tudo, tudo que há em mim.
Te desprezo tanto, será que você não vê?
Te desprezo com todos os meus dentes.
Se desprezasse menos, não poderia lhe escrever mais uma palavra.
Se desprezasse mais, poderia subir a escada sem pensar em você.
Eu desprezo tudo que vem de você, desprezo o seu cheiro também.
Eu desprezo cada segundo que respira,
desprezo o meu peito quando foi seu, desprezo o seu amor fingido.
Eu desprezo-te com toda a minha voz,
com o meu coração, com tudo, tudo, tudo que há em mim.
Te desprezo tanto, será que você não vê?
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Eu preciso ir embora
"It's funny. Don't ever tell anybody anything. If you do, you start missing everybody."
(The Catcher in the Rye, J.D. Salinger)
(The Catcher in the Rye, J.D. Salinger)
Eu não costumava ser assim. Eu até falava bastante de mim antigamente, adorava explicar as minhas teorias e falar do meu passado. Mesmo porque o meu passado é uma delícia. Não sei se foi um fato pontual que me calou por enquanto. Também não sei se é só por enquanto. Mas o meu passado continua bonito, continua mesmo. Eu é que fiquei um pouquinho mais medrosa. Cuidadosa, talvez. Prometo que qualquer dia desses eu falo um pouco mais. Só que não gosto de falar muito. Eu sempre me arrependo depois, fico achando que estou nua. Que você pode rir da minha participação insignificante no mundo. Ou que você pode achar tudo isso um pouco bagunçado demais, você que é arrumadinho. Eu gosto de você, e quando eu gosto de alguém eu fico morrendo de medo de ouvir "eu preciso ir embora." Pra mim isso é pior do que um "eu nunca te amei." Eu supero não-amores, mas despedidas eu não sei. Fica tudo meio engasgado, eu fico perdida no meio da rua da minha cabeça. Quantas vezes já escrevi sobre adeuses? Eu acabo indo embora antes de ser abandonada, não consigo. Devem ter sido muitos desencontros. Tenho medo de virar aquelas pessoas que não se apegam, porque tiveram que desapegar demais. Apesar de que eu acho que já não posso mais partir, acho que é você que terá que ir. Será que você vai mesmo embora? Se for, não deixe de perguntar mais uma ou duas coisas sobre mim, para você eu quero falar.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Você me dá
medo, curiosidade, às vezes um frio misterioso, medo, um dia deu azar, sensação de estar perdida, sensação de estar segura, medo, mais curiosidade, medo medo medo.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
When you say it
I read this once somewhere, and now I can say it for myself: I love how my name sounds safe in your mouth. It sounds like a special name when you say it.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Eugênia
Talvez uma das minhas pernas fosse coxa e talvez minha existência tenha sido mesmo insignificante. Mas, na verdade, mal sabes ti que eu não o admirei como pensaste. Eu o quis porque tu me admiraste, e isso me foi bonito. Quando finalmente viste os meus defeitos, fostes embora. Eu agradeço por fim, por teres partido. Tu eras tão manco quanto eu, mas eu era manca apenas na perna. E tu? Bom, tu era um ser coxo da cabeça aos pés. Tua existência foi coxa e morreste tão só quanto eu.

domingo, 25 de outubro de 2009
na mesma gaveta
Tenho que admitir um dos meus maiores erros: guardo multas de trânsito e cartas de amor na mesma gaveta.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Cheiro errado

Não gosto do cheiro da sua chegada: é cheiro de despedida.
Sabe cheiro de quem vai embora?
Espero que o seu perfume abafe esse cheiro que me arde,
espero que minhas narinas estejam erradas,
espero que o mundo inteiro reinvente o cheiro das coisas.
Não quero mais que esse seja o seu cheiro: eu quero que você fique.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Teorias conspiratórias
Preciso de uma tesoura para recortar um anúncio de jornal. É sobre ganhar muito dinheiro escrevendo alguma coisa. Não pude ver direito o que eu preciso escrever, mas o dinheiro é muito e eu adoro escrever. Se for sobre carros eu improviso, sobre esportes também. Se for sobre política eu dou um jeito de xingar todo mundo. Se for sobre Deus, eu invento um. Se for sobre amor, rasgo meu peito, fica fácil. Preciso mesmo da tesoura. Acho que é sobre a guerra que estão inventando. Talvez sobre teorias conspiratórias, parece que criaram umas novas, vão fazer um filme. Não sei o que é, mas com a grana dava para eu ir viajar um pouco. Uma praia bem distante. Uns coqueiros. Adoro coqueiros. Olhar para eles. Talvez eu até levasse alguém comigo. Achei o anúncio, tá aqui. Vou cortar. Ah. É para escrever marchinhas de carnaval. Não, sem chance. Marchinha de carnaval não. Pode levar a tesoura de volta. Nem tô precisando de tanta grana assim.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Deixadas como estão
Tive uma insônia brava ontem. Não sei se foi por conta do café que tomei (como uma chicarazinha pode ser tão potente?) ou se foi por conta do meu coração meio disparado, meio parado. Não sei o que foi. Eu apenas acendi a lâmpada de criadomudo e fiquei olhando as coisas em volta. Não ouvi música, não peguei meu livro e nem tomei um copo de água com açúcar. Eu fiquei olhando um par de sapatos no chão, a bolsa aberta com a carteira meio para fora, alguns papéis caídos (seriam multas, cartas?), achei um pouquinho incrível. À noite as coisas ficam silenciosas, esquecidas, deixadas como estão... Parece um quadro bonito.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Pouca noite
Foi estranho. Estranho mesmo. Eu olhei para a janela do carro e comecei a achar tudo um pouco diferente do que era antes. E a noite não tem culpa, eu é que não consigo dormir: são muitos sonhos para pouca noite.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Lição de Casa
Quando eu estava na segunda ou terceira série, minha lição de casa era fazer um poema com palavras que rimassem. Foi uma das lições de casa mais legais que tive até hoje. Na época tive grandes dificuldades, e chamei a mamãe:
-Mamãe, eu só consigo rimar "tristeza" e "Tereza", e não consigo fazer nenhuma frase!
Minha mãe passou o resto da tarde se divertindo comigo. A gente juntas fez o poema mais lindo da classe (na verdade minha mãe fez quase tudo). É claro que hoje eu não lembro do poema, mas eu lembro que era mais ou menos assim:
Acho que era por aí. Eu nunca vou saber ao certo como era o poema, porque ele ficou perdido em algum caderninho da terceira série, e nem sei se ele ainda existe. Sei que toda vez que me sinto um pouquinho triste, vem a frase na minha cabeça "A tristeza de Tereza" e me lembro da vozinha que minha mãe falava comigo quando eu era pequena. Eu sorrio.
-Mamãe, eu só consigo rimar "tristeza" e "Tereza", e não consigo fazer nenhuma frase!
Minha mãe passou o resto da tarde se divertindo comigo. A gente juntas fez o poema mais lindo da classe (na verdade minha mãe fez quase tudo). É claro que hoje eu não lembro do poema, mas eu lembro que era mais ou menos assim:
A tristeza de Tereza
Por Maria Clara Moraes e Thelma Bombonato
Se sentia Tereza tristeza
Se sentia Tereza tristeza
A tristeza não sentia a Tereza
E Tereza sentia ainda mais tristeza,
porque a tristeza não sabia de Tereza.
Acho que era por aí. Eu nunca vou saber ao certo como era o poema, porque ele ficou perdido em algum caderninho da terceira série, e nem sei se ele ainda existe. Sei que toda vez que me sinto um pouquinho triste, vem a frase na minha cabeça "A tristeza de Tereza" e me lembro da vozinha que minha mãe falava comigo quando eu era pequena. Eu sorrio.
Continua a tristeza sem saber de Tereza?
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Não fui embora porque
Não posso partir sob o luar.
Faz muito frio de madrugada,
Faz muito frio de madrugada,
E falta luz para me guiar.
Me abandone você então,
Mas vá à noite:
Prefiro perder na escuridão.segunda-feira, 12 de outubro de 2009
il mio principe
Ver-te foi leve
Leve como a tua despedida
faz quase um ano, tu te lembras?
Que partiste sem cerimônias.
Ver-te foi bonito,
porque tu estavas igual.
Igual àquele que um dia amei,
igual àquele que me fez chorar,
escrever tanta poesia,
e continuar andando.
E ver-te me fez lembrar
que eu sei caminhar
mesmo depois
de ouvir adeus.
E agora eu é que digo,
com a boca feliz
a boca que já não é tua
a boca que ouviu muito, depois de ti
eu é que digo:
adeus, amor meu.
Leve como a tua despedida
faz quase um ano, tu te lembras?
Que partiste sem cerimônias.
Ver-te foi bonito,
porque tu estavas igual.
Igual àquele que um dia amei,
igual àquele que me fez chorar,
escrever tanta poesia,
e continuar andando.
E ver-te me fez lembrar
que eu sei caminhar
mesmo depois
de ouvir adeus.
E agora eu é que digo,
com a boca feliz
a boca que já não é tua
a boca que ouviu muito, depois de ti
eu é que digo:
adeus, amor meu.
Para R. A.
sábado, 10 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Freud, me explica?
Tantas foram as vezes que eu olhei a sua foto,
Que já decorei todos os seus contornos,
Sei desenhar o seu sorriso igualzinho está no retrato.
Gostava muito de olhar você congelado naquele instante.
Hoje eu não gostei.
Hoje eu, de repente, esqueci os seus traços,
Não soube desenhar.
Mas o mais estranho disso tudo foi
Que naquela foto tão antiga de você,
Fui olhar hoje de novo,
E o seu sorriso não estava mais lá.
Que já decorei todos os seus contornos,
Sei desenhar o seu sorriso igualzinho está no retrato.
Gostava muito de olhar você congelado naquele instante.
Hoje eu não gostei.
Hoje eu, de repente, esqueci os seus traços,
Não soube desenhar.
Mas o mais estranho disso tudo foi
Que naquela foto tão antiga de você,
Fui olhar hoje de novo,
E o seu sorriso não estava mais lá.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Eu queria
Queria ter
Um pouquinho de vergonha na cara
Ou até um pouquinho (mais) de preguiça
Queria ser
Um tantão mais corajosa
E um tantão mais qualquer coisa
Eu queria ser um pouco menos eu
E um pouco mais o que eu sou de verdade
Eu queria ter menos vontade
menos saudade
Se o meu peito fosse
Um pouquinho maior
Talvez eu te convidasse
Para vir morar
E talvez eu não quisesse
mais nada.
Um pouquinho de vergonha na cara
Ou até um pouquinho (mais) de preguiça
Queria ser
Um tantão mais corajosa
E um tantão mais qualquer coisa
Eu queria ser um pouco menos eu
E um pouco mais o que eu sou de verdade
Eu queria ter menos vontade
menos saudade
Se o meu peito fosse
Um pouquinho maior
Talvez eu te convidasse
Para vir morar
E talvez eu não quisesse
mais nada.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
The sweetest thing

Entrou ele primeiro no ônibus, depois ela. Ele tinha uma cara de bravo, era grande e forte. Contrastava completamente com a menina, que era quase uma bonequinha de vestido rosa. Ela segurava a mão dele e sorria. Ele pagou as passagens e foi procurar um banco. Ela soltou a mão dele e foi correndo se sentar no assento com a marcação amarela. Ele foi atrás dela com aquela cara brava, pronto para explicar que ali ela não poderia se sentar, pois era assento preferencial. Mas antes que ele abrisse a boca, a menina-bonequinha apontou para o adesivo na janela e disse com uma voz fininha:
-Papai, qual dessas menininhas você escolhe? Eu escolho a do bebezinho!
Para Vivi
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
5 de outubro de 2009

Eu fico achando que eu sou enorme. Que sou toda forte, que eu posso tudo, que tudo vai ser maravilhoso para onde quer que eu vá, que tudo está bem assim. Eu fico achando que aguento tudo, que tudo sempre dá certo. Dou discursos, conselhos, dicas e lições de moral para quem quiser ouvir. Tenho palavras para dar e vender. Mas aí, acontece uma coisinha como aconteceu comigo hoje, uma coisinha dessas que faz a gente ficar meio nervosa, e então tudo cai por água abaixo. Eu já não sei mais onde estou, quem eu sou e para onde estou indo. Eu fico fraquinha, como aquela abelha que acabou de morrer na minha janela. Eu não sei mais onde estão meus propósitos, quais são os meus propósitos. Para quê eu sirvo, para quem eu sirvo, eu sirvo para alguma coisa? Já não sei mais nada. Mais o pior disso tudo é pensar que eu estou sozinha nisso tudo.
Desculpa, pai. Desculpa, desculpa, desculpa.
domingo, 4 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Eu acho que é isso

Às vezes a gente tem que despistar todo mundo para que ninguém veja a alegria absurda que estamos sentindo. Para que ela não escape no meio de tantos olhares curiosos, para que ninguém nos a tome (mesmo que sem querer). Assim também acontece com a tristeza profunda. Temos que despistar todo mundo, para que ela não se espalhe e acabe penetrando outras vidas e deixando tudo azul. Para que ela não saia de nós e passe para quem precisamos ver sorrindo. As máscaras diárias protegem a nós mesmos e salvam vidas. É preciso saber usá-las, no entanto, para que a vida não seja vivida por trás da máscara, na solidão. É preciso saber deixar o pouquinho exato de tristeza e o pouquinho exato de alegria transbordarem para todos os lados e penetrarem em alguns cantos.
Vingança
Tem dias em que eu quase me desculpo ao resto do mundo por ter nascido, e me escondo dentro da cama, por vingança à minha enorme vontade de sair vivendo.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Acabei nem dizendo
Se eu não soube me despedir
A vida fará isso por mim
Um dia, por fim
Enquanto eu estiver distraída
Ou enquanto eu dormir
Que seja enquanto eu durmo, para que eu não veja o último instante
Que seja incompleto, para que eu fique com o restante
Eu nunca vi isso antes
Nunca vi essas cores, esses sinos, essas flores
Tudo que há no seu peito
Tudo que causa esse efeito
Mas se eu implorar mais um adeus,
Se jurar partir para nunca mais
Me segure
Me peça para ficar
Me impeça de falar
Não deixe que eu parta
A vida fará isso por mim
Um dia, por fim
Enquanto eu estiver distraída
Ou enquanto eu dormir
Que seja enquanto eu durmo, para que eu não veja o último instante
Que seja incompleto, para que eu fique com o restante
Eu nunca vi isso antes
Nunca vi essas cores, esses sinos, essas flores
Tudo que há no seu peito
Tudo que causa esse efeito
Mas se eu implorar mais um adeus,
Se jurar partir para nunca mais
Me segure
Me peça para ficar
Me impeça de falar
Não deixe que eu parta
-ao meio
jamais
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Eu não gosto de domingo
Porque nesse dia eu me sinto mais só do que todo silêncio que a Terra faria se não existisse mais nada.
sábado, 26 de setembro de 2009
Feliz aniversário
Quando olhei para você depois de ser jogado na piscina, eu finalmente vi que mais um ano se passou, e você ainda não foi embora de lugar nenhum.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Rascunho no guardanapo
Uma vez você disse que eu deveria aceitar apenas o extraordinário
Pra mim você sempre foi o que eu deveria esperar
Você disse para eu ficar
Mas você sempre foi embora
Os seus olhos mentem, e eu já sabia
Mesmo assim eu gostava de olhar
Você já ia comprar aquela guitarra
E eu achei que era para mim
Você já tinha planos formados
E eu achei que era tudo por impulso
Você nunca teve coragem
Nunca teve certeza
Nunca soube o que fazer
E pra mim não importava
Mas no fundo eu ficava esperando
Eu poderia até fazer uma música
Para o beijo que você me deu
E depois você poderia cantar
Acho que todos os dias eu fazia músicas
E guardava para um dia você cantar
Eu era uma flor caída no chão
Você me pegou
Mas eu não coube no seu buquê
E você me deixou cair sem querer
Pra mim você sempre foi o que eu deveria esperar
Você disse para eu ficar
Mas você sempre foi embora
Os seus olhos mentem, e eu já sabia
Mesmo assim eu gostava de olhar
Você já ia comprar aquela guitarra
E eu achei que era para mim
Você já tinha planos formados
E eu achei que era tudo por impulso
Você nunca teve coragem
Nunca teve certeza
Nunca soube o que fazer
E pra mim não importava
Mas no fundo eu ficava esperando
Eu poderia até fazer uma música
Para o beijo que você me deu
E depois você poderia cantar
Acho que todos os dias eu fazia músicas
E guardava para um dia você cantar
Eu era uma flor caída no chão
Você me pegou
Mas eu não coube no seu buquê
E você me deixou cair sem querer
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Minha foto preferida
Resolvi começar a tirar fotos de todas as coisas lindas que eu vejo durante o dia com o meu celular. Tudo que eu acho lindo eu tiro uma foto. Hoje eu descobri como faz para passar essas fotos para o computador, fiquei muito feliz. Consegui ver as tantas fotos de troncos de árvores que tirei (porque alguns troncos são realmente lindos), fotos do pôr-do-sol na Marginal Pinheiros, a própria Marginal à noite com suas tantas luzes, uma loja de brinquedos, uma ou outra pessoa querida, e essa foto, que de longe é a minha preferida:

E já que o meu amigo William disse que adora fotos com histórias, vou contar a história dessa. Estou fazendo um videodocumentário sobre professores de escolas públicas. Hoje fomos entrevistar uma professora cujo apelido é "pink" porque ela adora cor-de-rosa. Eis como estava a lousa da sala de aula onde ela leciona. Achei essas perguntas extremamente difíceis de responder. É possível que eu tirasse zero.

E já que o meu amigo William disse que adora fotos com histórias, vou contar a história dessa. Estou fazendo um videodocumentário sobre professores de escolas públicas. Hoje fomos entrevistar uma professora cujo apelido é "pink" porque ela adora cor-de-rosa. Eis como estava a lousa da sala de aula onde ela leciona. Achei essas perguntas extremamente difíceis de responder. É possível que eu tirasse zero.
Não se assuste
Me disseram que todas as coisas que não são relacionadas a saúde têm cura. É por isso que eu estou com essa cara esquisita, estou procurando um remédio para mim nessas prateleiras todas.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
As cores das coisas

As cores são exatamente o que elas não são. Lembra da aula de física? O Azul, por exemplo, é de todas as cores menos azul. Newton explicou que as coisas absorvem cores, e refletem as cores não absorvidas. Então se uma folha é verde, é porque ela absorve todas as cores menos o verde, e reflete somente o verde. A folha é de todas as cores menos verde. E é assim com todas as coisas. Às vezes a gente se pega numa situação que Newton não saberia explicar tão bem... A gente pode jurar que o sinal está verde, mas lá no fundo, bem lá no fundo, a gente bem sabe que essa é a cor que nós estamos refletindo, porque o sinal está de todas as cores, menos verde.
-
"Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos" (Anais Nin)
domingo, 13 de setembro de 2009
Estar aqui
Alberto Caeiro, um dos heterônimos do Fernando Pessoa, dizia que não sabemos o que há além da curva da estrada, e que não importa o que há por lá. E mesmo se houver buracos, e mesmo se tivermos que cair nesses buracos, e mesmo se não houver nenhum jardim e mesmo se houver alguém, e, pior, se não houver ninguém:
"Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer"
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Não deixe que escape
As coisas todas aparecem.
Misteriosamente aparecem com o nada.No chão, com o vento, para o céu.
(Aparecem e podem sumir).
Segurem-nas com as duas mãos.
Não as deixem voar com os pássaros,
Não as deixem escorrer para o ralo,
Com a água do banho.
Não as deixem soltas como pétalas caindo da flor,
Porque não são flor.
O vento é fragil, fraco, não se vê,
Mas às vezes leva tudo o que se tem,
(Violentamente, como se as coisas não precisassem de despedidas),
Como se tudo bastasse no momento em que se acaba,
Como se nunca ficasse um talvez, um suspiro, uma lágrima.
As coisas todas aparecem. Sempre.
Tudo que se quis, tudo que se quer, tudo que não se tem: aparece.
Não deixe que nada escape.
Porque as coisas se vão, misteriosamente.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Para onde foram?
Para onde foram as palavras que um dia sussurrei em um ouvido? Elas foram para algum lugar? Ficaram naquele ouvido? Foram para algum órgão, o coração? Queria seguir o percurso de cada palavra, letra por letra, para garantir que elas chegassem em algum lugar. Eu não gosto de desperdiçar palavras, sinto que já desperdicei demais.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Fotografia
E a sua fotografia continua ali, imóvel e calada como ela sempre foi. Talvez um pouco mais imóvel e um pouco mais calada. E agora ela me dói. Seu rosto de lado, como se fizesse uma pose sem querer. Porque a impressão que tenho de você é que faz tudo sem querer. Sem querer me olhou, sem querer me quis, sem querer me prendeu em armadilha. E a sua fotografia agora me dói, porque eu estou presa à sua armadilha. E você, (será sem querer?) levou embora um pouquinho de mim.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Apenas o necessário

Eu tenho um amigo incrível. Ele faz festa na casa dele toda sexta-feira, não pára quieto, faz amizade com qualquer pessoa que passa na vida dele e o mais legal de tudo, ele adora ler. É dessas pessoas que é muito, muito difícil mesmo de não gostar. Ele tem umas frases bem divertidas que são marca registrada dele, e a que eu mais gosto é sempre pronunciada nas festas de sexta-feira: "Pessoal, quebrem apenas o necessário". Essa frase anda ecoando na minha cabeça. Tenho vontade de dizer para todas as pessoas que fazem festa no meu coração: "Ei, quebre apenas o necessário..."
domingo, 30 de agosto de 2009
Iniciais
Gosto de iniciais. H.O., R.E., S.K., M.C., gosto de como elas são misteriosas. Eu fico imaginando os nomes que as iniciais guardam. Gosto de como elas guardam pessoas misteriosas de óculos pretos, ou pessoas inseguras de vestido azul. Algumas iniciais protegem bem os nomes e outras nem tanto. Gosto de como iniciais pertencem a reis, rainhas, marcas de camisetas e à pessoas que cometem erros.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
à-braços
De todas as coisas que eu prefiro, eu prefiro um abraço. Deixo que me abracem por horas e horas seguidas. Não vejo outra utilidade para meus braços senão abraçar. Porque eu, criatura perdida nesta vida que Deus me deu, sou feita inteirinha de abraços que recebi.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Avisos vãos
Disseram que ia chover e eu deveria ter escutado, porque eu não trouxe o meu guarda-chuva e a garoa já começou. Eu nunca ouço essas coisas, e a vida sempre trata de me deixar encharcada.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
How to explain?
If any man in this world asked me right now:
-Will you marry me?
-Will you marr...
-Yes!
And we could do all of that together.
-Will you marry me?
I'd tell him that I'm too young. That I still have a lot of things to live. That I want to study some more, that I want to work at a place where I'd have very few money but many pleasure, that I want to see so many things. I'd tell him that I can't right now. I have pictures to take. I want to play a little bit more with the child inside of me. I have too many parties to go to, too many interesting people to meet, too many flowers to receive. "I can't marry you yet", I'd say.
But if you asked me:-Will you marr...
-Yes!
And we could do all of that together.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Eu não acredito
Eu não acredito em amor à distância.
E você, aqui do meu lado, está muito longe de mim...
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Me basta

Para mim, me basta que tu me olhes.
Não preciso de muito: de presentes ou promessas.
Não preciso de muito: de presentes ou promessas.
Não preciso tocar o teu corpo, não preciso beijar os teus lábios.
Me bastam os teus olhos cheios de vontade do que não pode ser.
Me basta a tua vontade.
Que quando falas, tuas palavras são doces, mesmo que fales de abandono e solidão.
Que quando me beijas, são os teus beijos que desejo.
Mas para mim, me basta o teu olhar.
É do teu olhar que eu tiro toda poesia.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
One silly little thing
- I will give you the world. I will give you anything you'll ask. Anything you want.
- Do you promise me?
- Yes, I promise you. But hey, there is only one thing, one silly little thing that I can't give you.
- What? What is it?
- My heart.
- It's the only thing that I want.
- Should we say goodbye?
- I wish we didn't have to.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Se molhava você
Sem saber onde te encontrar
Fui caminhando devagar
De esquina em esquina eu virava pra ver,
Se quem vinha era você
Você, como sempre, não veio
Tudo ficou assim, tão feio
Eu triste, vazia
A minha tristeza invadiu o dia
Invadiu o céu, as nuvens
E o mundo, de repente, começou a chover
Só pra ver se molhava você...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Bailarina que atravessa a rua
Eu gosto de deixar uma luzinha bem fraca enquanto eu escrevo. Quase no escuro eu fico. Porque eu gosto de pouca coisa me denunciando. Não gosto de holofotes enquanto eu escrevo, não gosto que se torne uma coisa pública. Eu gosto de fingir que escrevo por acaso. Assim como quando uma bailarina atravessa a rua, meio que sem perceber, ela atravessa dançando.
domingo, 9 de agosto de 2009
Ampulheta de nós dois

Tudo que você diz guarda uma despedida triste. Mas só eu posso ouvir o adeus de cada palavra sua. Você tem um jeito manso de dizer que o mundo está desmoronando. E eu, secretamente, às vezes desejo que ele desmorone logo. Que tudo recomece com outro começo. E você sabe o que eu queria que mudasse, mas você, secretamente, não sabe se também queria recomeçar. A gente sorri para toda essa areia caindo na ampulheta, porque somos tão tolos... Mal sabemos que o mundo está prestes a rachar ao meio, e que cada um de nós vai ficar de um lado.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Negativas que trago
Eu não pertenço a mundo nenhum, a hora nenhuma, a nada. Não pertenço a nenhum cheiro e a nenhuma mão. Eu não me encaixo em um quadrado e nem em um círculo. Eu não me encaixo. Eu não entendo as coisas, eu não sei das coisas, eu não encontro nada. Eu não sei o que é o amor do meu peito entupindo as minhas veias e bloqueando as minhas passagens, não sei. Nunca encontrei um cãozinho abandonado na rua e cuidei dele até ele crescer. Eu nunca cuidei de uma planta só minha. Eu nunca consegui traduzir meus pensamentos. Não entendo quase nada que me dizem. Não entendo palavras, desenhos, símbolos. Não entendo. Não faz sentido, não faço sentido. Tenho medo lá de fora, tenho medo do mundo. Tem dias em que eu sinto que eu não sou daqui. Tem dias que eu realmente não sou daqui. Sabe, eu acho que não sou daqui.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
I just had to let you know
Quando eu olho para você, eu não tenho vontade de beijá-lo loucamente. Eu tenho vontade de saber tudo que você pensa, tudo que você fez e vai fazer na sua vida. Eu tenho vontade de entender as frases que você não fala. Eu tenho vontade de conversar sobre tudo que eu quero saber e tudo que você sabe. Tenho vontade de sugar todos os seus pensamentos para dentro dos meus. Eu fico com vontade de roubar a sua calma, de roubar os seus medos e de te dar os meus. Eu fico achando que você me protege, mesmo que você nem se aproxime de mim. Sei lá o que me acontece, o seu olhar me acalma, mesmo que minhas mãos tremam um pouco. Eu não sei o que acontece, mas eu não consigo evitar. Quando eu olho para você, eu tenho vontade de descobrir um planeta novo.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Algum lugar

Tenho vontade mesmo é de jogar tudo pro alto e ir caminhar.
Não quero fugir de tudo como fez a minha irmã, e nem ficar parada sem saber.
Quero apenas caminhar.
Quero apenas caminhar.
Encontrar pessoas no caminho.
Sentar um pouco debaixo da sombra de uma árvore.
Acenar para as pessoas que vão ficando, e acenar conforme eu vou chegando.
Eu queria mesmo era caminhar,
até chegar em algum lugar.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Se devo me atirar
De precipícios eu nada entendo,
mas eu sei reconhecer um quando vejo na minha frente.
domingo, 26 de julho de 2009
Anúncios
"Os verdadeiros poetas não lêem os outros poetas. Os verdadeiros poetas lêem os pequenos anúncios dos jornais".
Mário Quintana
Um garotinho que sorri assim
Tem um clipe no youtube que chama "Candy", o cantor é o Paolo Nutini. O clipe é uma graça, está entre os meus preferidos. É um casamento em um vilarejo. Você vê, pelo olhar do noivo, pelo sorriso dele, a alegria que ele estava sentindo na hora. Os convidados, os arranjos pelos cantos... É um casamento ao ar livre. São pessoas simples, mas como sorriem! É claro que eu imediatamente quis viver um casamento assim. Eu espero o quanto for, quero um casamento assim. A foto que eu selecionei não tem a ver com toda a história do clipe, com o que citei, mas é uma cena mágica. A carinha desse garoto aparece aos 1:31, e some em uma fração de segundo. Eu quis ter, além do casamento simples no vilarejo, um garotinho que sorri assim também.
sábado, 25 de julho de 2009
Chegar, partir.
Não sei quem decide a hora de partir, se é o vento, se são os pêlos do braço que cansaram de se arrepiar, se é o sol esperando a Terra dar a volta em torno ou se é uma mão que chamam de Deus. Eu não chamo de nada, eu vou embora porque é a minha hora, e eu deixo que partam, porque não cabe a mim decidir. Eu não sei de nada, mas eu não tenho medo de partidas. Me assustam as chegadas: nada determina a hora de chegar. As pessoas tiveram de partir de alguém e de algum lugar para chegarem até aqui. Me diz: de onde foi que você partiu?
Protetor
As pessoas usam óculos escuros e dizem que é para se proteger do sol.
Mentira.
Elas querem se proteger das outras pessoas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009
se o seu olhar fosse
Posso me esconder do seu olhar?
Os seus olhos que me seduzem, já são de alguém -e eu bem sei.
Pobres olhos meus:
Mas os seus olhos mentem.
E os meus olhos são fragéis demais para as tantas lágrimas que viriam.
Posso fechar os meus olhos?
Os seus olhos mentem -e eu tenho medo de mentira.Os seus olhos que me seduzem, já são de alguém -e eu bem sei.
Pobres olhos meus:
serão enganados, serão magoados, serão abandonados?
Se o seu olhar fosse tão só quanto o meu, poderíamos olhar juntos -para qualquer lugar.Mas os seus olhos mentem.
E os meus olhos são fragéis demais para as tantas lágrimas que viriam.
A memória é um velho álbum de fotografias
Todo mundo é um fotógrafo.

A percepção da beleza se dá com uma foto tirada pelos olhos.

terça-feira, 21 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Efêmero

2: De pouca duração; Curto; Passageiro; Transitório; Breve.
Antônimos
permanente
eterno
E no meu dicionário viria assim:
O pulo da bailarina. O sopro que apaga a vela. A vontade que precede o realizar. O "não" que quer dizer "sim." A vida da mosca. A vida do beija-flor. O bater de asas. O sono antes de dormir. A minha vontade de ir embora e nunca mais voltar. O caminho da gota de chuva, entre a nuvem e a superfície que ela toca. O nunca mais. O que se sente, e que de repente, não se sente mais. O último olhar descendo a escada rolante do aeroporto. O passarinho que nunca deixa que se aproximem. A água escorrendo para o bueiro. A sujeira indo com a água. O instante de uma fotografia. Uma barra de chocolate na mão de um garotinho no recreio. A hora do recreio para um garotinho que come uma barra de chocolate. Um amor que tive antes de saber que não era amor. O beijo de quem não queria dar um beijo. Um abraço forçado. A música preferida que começa a tocar em um lugar inesperado. Uma espera de três horas para alguém que esperou uma linda mulher que surge descendo a escada. Um amor de verão. Um inverno sem graça. Uma vida sem graça.
[Uma pequena ressalva: algumas das coisas citadas são simultaneamente eternas.]
O crime de partir
Meu cachorro é muito esperto, muito. Em absolutamente todas as vezes que alguém se despede, mesmo que efemeramente, ele pára todos os seus movimentos, fica estático. Começa a encarar a pessoa que parte de tal forma que a gente se sente culpado. "Calma, eu já volto! Só vou até ali." Não adianta. Ele fica extremamente triste. A gente fica achando que está cometendo algum tipo de crime, porque para ele talvez ir embora seja um crime.
Muito esperto, muito.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Cazuza cantava:
"Que coincidência é o amor, a nossa música nunca mais tocou"
E eu escrevo:
Que coincidência é a vida, eu nunca mais vi você
E eu escrevo:
Que coincidência é a vida, eu nunca mais vi você
A morte para mim
A morte, para mim, é uma espécie de sono prolongado onde, durante os sonhos da morte, não se revive o dia, mas a vida toda.
domingo, 12 de julho de 2009
Minhas continuações
Eu gosto de ler textos que não tem um fim. Textos que contam um pedaço de uma história ou relatam uma experiência, mas que não acabam. Uma frase encerra aquele relato com um ponto final, mas a história fica assim meio suspensa. Então eu começo a criar o que viria depois. Eu começo a colocar a minha vida naquele texto e as coisas ficam com a minha cara. Eu li sobre uma noiva que conhecia o pai do noivo. O encontro é puro, é bonito. Aquele texto termina com uma frase "e caminhamos calmamente para o carro" mas não acaba a história. E eu, na minha cabeça, criei um abraço, um casamento bonito e, como minha imaginação sempre manda no final, ninguém nunca mais sente frio. Não sei porquê, mas nas minhas histórias as pessoas não acabam felizes para sempre, elas apenas nunca mais sentem frio. E ficam com as mãos entrelaçadas, para o resto do que for. Felizes, é claro, mas não para sempre, por que a tristeza é linda. Tem que ter um pouco de tristeza entre um para sempre e o outro. Pelo menos nos meus finais.
Qual a escala do seu mapa?

Seremos juntos agora.
¨
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Eterna condição
E no final das contas o melhor é assumir a solidão. Não adianta fugir para um lugar lotado de pessoas, não adianta fazer trezentas ligações ou se esconder no edredon quentinho da cama. Talvez um livro, talvez. E talvez nem um livro. A solidão grita mais alto que a música, mesmo que as caixas de som estorem. A solidão é maior que a festa mais cheia da noite. A solidão segue o caminho mais longo. O importante mesmo é não ter vergonha ou medo dela. Porque no final das contas a gente descobre que a solidão faz parte da gente. Cada pessoa no mundo guarda um pouquinho de solidão dentro de si. Das mais alegres às mais solitárias. A solidão é a eterna condição humana.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Se dissolvem as perguntas
Não fico mais me perguntando para que servem as coisas. Por quê me sinto de tal forma com relação a algumas pessoas e a outras me sinto exatamente o contrário. Não me pergunto mais do que são feitas certas pessoas e por que tanta gente não vê o que eu vejo. Eu não pergunto mais. Talvez eu tenha enjoado de tanto buscar algo que não vai me tirar deste lugar. talvez eu não tenha mais aquelas curiosidades antigas. E talvez eu saiba, talvez eu simplesmente saiba, que a resposta é tão misteriosa quanto todas as minhas perguntas...
Aquela menina
A diferença dela com as outras tantas milhões de meninas do mundo era a sua calma. Ela tinha calma para viver, para respirar e, principalmente, calma para aceitar todas as outras pessoas.

sábado, 4 de julho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
Impressão
A impressão que eu tenho é que a noite apaga o sol, todos os dias.
E o sol acende de novo, todos os dias seguintes.
sábado, 27 de junho de 2009
Branco

Dizem que quando se ama, surpreende-se ao ser amado de volta. A reciprocidade não é exigência do amor. Dizem que aquele que ama, não espera ser amado de volta, porque ele apenas sente, não sabe dizer porquê ou como. Erra-se ao esperar que o outro ame de volta. Esse tipo de amor é egoísta, mesquinho. Se o outro ama de volta, sorte dos dois. Sorte do destino. Sorte, apenas. O amor não tem causa, não tem resposta, não tem consequência. É clichê falar sobre o amor, e eu nada sei. Mas sempre achei que o amor é a como a cor branca, uma mistura de todas as cores que existem. Todos os sentimentos misturados formam o amor.
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quinta-feira, 25 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Eu tinha escrito e guardei

O jeito dele de gostar das pessoas é diferente. Ele mesmo que me contou. Ele não se encanta em primeiros encontros. Ele nunca sentiu uma paixão dessas que leva tudo embora. Ele é um passarinho. E quando ele bate as asas, todo mundo espera para ver onde ele vai pousar. Mas ele não pousa nunca, ele voa. Eu criei um monte de ninhos em árvores que já nem sei mais. Claro que os meus ninhos ficaram lá, claro que foram bonitos um dia. O menino-pássaro tem muito o que aprender sobre os tantos tufões do amor. Eu posso ajudar nisso, sobre tufões eu sei. Mas eu aqui observando o seu vôo, acho que é ele quem precisa me ensinar a voar.
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até o barulho da porta
No café da manhã te conto um sonho você finge não entender te beijo e abraço suas costas você beija de volta e vai embora fico com as suas ...
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No café da manhã te conto um sonho você finge não entender te beijo e abraço suas costas você beija de volta e vai embora fico com as suas ...
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Uma cestinha. As pessoas, que eram 16, entram naquela cestinha e o cara começa a soltar fogo pra esquentar o balão. Apavorante. A cestinha ...
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Talvez você encontre a menina que nunca disse eu te amo, a menina que não gosta de sair, que não escreve sobre você e nem ninguém. Tua menin...