terça-feira, 24 de maio de 2011

Elefante amarelo

Tem um elefante amarelo dentro de mim, e ele tem a ver com coisas que eu não gosto de falar a respeito com você. Mas deixa pra lá, eu não quero falar sobre isso.

Um cantor que descobri hoje

Esse cara me comove porque ele parece um pouco depressivo. Triste eu não sei, talvez um pouco descrente de alguma coisa. Ele me comove porque eu divido com ele essa necessidade de estar presente aqui, mesmo sem saber como.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tic tac tic tac

Está tudo meio abandonado: ideais, sonhos, objetivos. Está tudo um pouco embolorado e com algumas teias de aranha. Tudo parece um pouco sem dono. E tem dias que nem esse novo amor ajuda. E tem dias que ninguém pode ver o que se passa, porque todo mundo tem os seus próprios bolores. E os pensamentos, as vontades e saudades se misturam e viram uma coisa só: uma coisa que machuca. Não adianta tentar se esconder com fins de semana que surdam da alma. Não adianta calar-se diante dos outros. Não adianta rir, porque a risada nessas horas é uma máscara frágil que se desfaz em um minuto. O melhor a fazer agora é esperar. Tic tac tic tac. Esperar a próxima volta do mundo. Quem sabe não dá para pegar uma carona?

Já posso?

Já posso fazer uma risada sem graça, acenar com a mão e sair de fininho, pelos fundos?

domingo, 22 de maio de 2011

Um sábado e um sim

Eu não tive vontade de estar ali, no lugar dela. Eu não quis que você fosse ele e eu não senti nenhuma vontade de chorar com tudo aquilo. Nem pude me imaginar naquele lugar. O nosso agora é diferente. A gente está, só agora, começando a ficar bem à vontade ao lado do outro, sem disfarçar nada. Eu estou só começando a querer que você seja o primeiro a saber de qualquer coisa. Eu estou aprendendo que as festas e bares ficam um pouco sem motivo. A gente está aprendendo a ser dois e um só. Estamos aprendendo a ver a vida com quatro olhos. Só agora. Eu jamais iria querer apressar tudo isso, se essa é a melhor parte. Quero mesmo é que ela dure: os mistérios, as dúvidas, alguns segredos. Temos todo o tempo do mundo: eu e você.

Segunda-feira

Eu não queria que você chegasse. Você, tão sem perspectivas, tão sem foco, sem objetivos concretos. Eu queria era jogar você fora, pular você, rasgar você do calendário universal. Claro que estou fazendo de você um espelho onde eu me encontro sem saída e sem vontade. Eu sei que você não é culpada, mas nesta fase da minha vida, você só chega para me lembrar o quanto eu estou perdida e sem nada.

domingo, 15 de maio de 2011

Eu, agora, sem você

é tão estranho pensar que eu poderia ser eu, agora, sem você. Quem seria eu, agora, sem você? Eu seria mais vazia, menos perdida? Eu seria eu, mas diferente. Não sei quanto, mas eu seria uma eu com alguma coisa a menos lá dentro, com uma luz apagada. Eu fico imaginando que eu, agora, sem você, talvez seria um túnel desses que passa debaixo de um rio. Mas um túnel sem fim, sem uma luz no fim do túnel.

Postsecret.com

Sometimes when I am alone with you
I feel alone.

Um beijo

Ele me beijou, como há tempos não beijava. Me abraçou, como há tempos não fazia. Eu me derreti, como há tempos não me derretia. Mas abri os olhos e percebi: aquele beijo não era para mim. Era um beijo para os outros. E então a noite acabou.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Resto de vida

Quando vai começar o resto da minha vida? Ele já começou? Como é que a gente sabe se já é o resto? Eu sinto secretamente que ele ainda não começou, mas como é que eu posso saber, se tudo me parece tão gasto?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Para sempre

Estava tão perdida que aceitei abrir a caixa de cartas de amor antigas para ver se me encontrava em algum lugar por ali. Para sempre, uma delas dizia. Tão pouco tempo durou aquele para sempre. E então eu me perdi um pouco mais.

domingo, 8 de maio de 2011

Quando




Desvestir-me

Tem também dias em que eu acordo pensando que sou uma pessoa dentro de um corpo, e eu não consigo achar o zíper, e eu não consigo entender onde é o cadarço, onde eu me desamarro, onde é que eu posso sair.

Escritora que não sou

Só porque eu não tenho cabelos brancos não significa que eu não tenho vida atrás de mim. E ainda assim eu não tenho nenhuma história para caber em um livro.
O que faz de mim uma pessoa

e não um rabisco

em um papel qualquer?

Il Geranio

Naquela noite, naquele restaurante, tomando um pouco de vinho, eu tentei te explicar que a gente pode brincar de nos olhar e ver desconhecidos. Eu adoro fazer isso: olhar para velhos conhecidos e fingir que eu acabei de conhecer. Eu adoro lembrar a sensação da primeira vez que eu vi aquela pessoa. Aquela noite eu estava fazendo isso com você, te olhando e não vendo o você que eu conheço tão bem. Quando eu não te conhecia eu achava que você não tinha nada a ver comigo, e eu estava tentando conhecer as suas pintinhas a tempo de me despedir. O tempo passou, um ano passou, e eu ainda não consegui conhecer todas as suas pintinhas. Eu ainda acho que você não tem nada a ver comigo, mas isso agora é tão bom. Eu olho para você e brinco de te ver um desconhecido. Tanto de você ainda é um desconhecido para mim. Mas eu achei tão lindo que você não entendeu nada aquela noite, e disse que não queria brincar disso, porque é tão mais gostoso hoje em dia que a gente se conhece bem. Você disse isso, e eu escutei uma declaração de amor tão doce.

The sun is in you

Tem alguma coisa a ver isso de eu só gostar de músicas tristes? É normal, a vida é contraditória. Tudo é contraditório o tempo todo, e uma vez um homem que não falava português me disse: the sun is in you. Ele tinha um irmão especial, que não podia andar, e ele sabia ver as coisas de um prisma diferente. Ele me fazia chorar, mas ele nunca soube. Eu não chorava na frente dele. Ele me fez um enorme favor, de graça. Ele nunca soube (e nem pode mais saber) mas eu rezei para ele. Rezo para o irmão também, que eu nunca conheci. Eu rezo, porque eu sei que esse homem é especial, um anjo talvez. Eu não sei mais rezar muito bem, porque eu esqueci como se faz, mas eu sei que certas coisas Deus ouve melhor do que outras. Esse homem, que não falava português, falou the sun is in you, e eu escutava uma música triste quando ele falou isso. Eu portava uma tempestade silenciosa dentro de mim, e eu poderia passar horas chorando. Mas a vida é contraditória, e ele achou que eu portava o sol. E eu acho que ele é um anjo.

Hunted

Eu acordei de um sonho estranho. Era uma casa escura, tínhamos medo de entrar. Eu acho que nevava ou chovia, sei que o tempo era feio. Eu lembro bem da casa, ninguém queria ir até lá. Eu acho que era mal assombrada ou qualquer coisa. Eu acordei, estava tão sozinha, meus pais não faziam barulho pela casa, não tinha ninguém. Fiquei na cama muito tempo, não queria levantar e não ver ninguém. Fiquei horas pensando no meu sonho, parecia tanto um filme. Um filme triste, eu acho. Tem dias que a nossa vida parece um filme triste. Estou indo dormir, a casa vazia, silenciosa. Não gosto desse sonho, não gosto dessa vida do dia de hoje. Sinto falta de alguém, de alguma coisa.

Ele

Eu achei que o fim de tarde de domingo não me faria chorar nunca mais. Mas hoje, quando todo mundo apagou a luz e foi para o seu quarto, aquela velha dor voltou. É muito triste para mim. Alguém poderia dizer que é a morte se aproximando, que é a vida passando, que é o tempo acabando. E esse alguém estaria certo também. Mas não é só isso. É entre eu e ele. Nós temos uma coisa antiga, eu e o fim de tarde de domingo. A gente nunca se deu bem, ele sempre me fez chorar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Ou um espaço

Eu esqueci o motivo das minhas coisas:
fiquei mais livre, de fato,
mas estou perdida em tantas coisas sem sentido.
O que fazer de um beco?

Perchè no?

Maybe this is wrong
--in so many ways
but the truth is:
you left a mark
--a very big one.

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...