sábado, 27 de abril de 2019

sorrio

Gosto de imaginar
você me procurando na festa
sorrio quando penso que você
nunca vai me encontrar

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Quando acendo a luz que carrego no peito

Quando acendo a luz que carrego no peito
eu entendo:
tem sempre alguém por perto
Luz brilha, ilumina
é ímã de companhia
Quando acendo a luz que carrego no peito
eu vejo melhor os meus defeitos
não dá pra esconder
a luz revela a quem não quer ver
Quando apago a luz que carrego no peito
que percebo
dor entalada e solidão
ninguém fica com a luz apagada
não vale nada a escuridão




terça-feira, 23 de abril de 2019

Foto sua

A sua fotografia no meu computador
não me dá mais saudade
aceitaria apenas saber de você
ver o que mudou
tão difícil ter mudado
mas eu queria ver
Eu lembro daquele dia
que eu passei um perfume da Índia
um cheiro que me encantava
você disse que eu cheirava yoga
não gostou que ficou no seu travesseiro
aquela foi a última vez que eu te vi
você parecia o mesmo de sempre
guardado dentro de si
Agora eu olho a sua foto
aquele sorriso cheio de segredos
algumas mentiras
Eu não tenho mais saudade
do seu abraço e cama
você deitava sempre tão longe
Agora eu vejo na foto sua
alguém que eu nunca conheci

eu teria ido

Nosso amor nunca fez sentido
a gente não era pra ser
nosso amor estava impedido
muito antes de acontecer
Mesmo que sorrateiro
ir embora às vezes faz bem
você foi o primeiro
mas eu teria ido também

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Minha água

Quando eu vejo a minha água
num rio pequeno transbordar
sei que é preciso
de qualquer forma me desviar
se a borda é pouca
não vale a pena
seguir o fluxo, continuar
minha água é tanta
- e tão sagrada
que o meu leito deve ser grande
e também forte pra comportar.





terça-feira, 9 de abril de 2019

vergonha

você não tem vergonha de escrever poesia?
você me perguntou.
vergonha
do que sai de mim naturalmente?
palavras brincando no meu cérebro,
vergonha?
Os quadros no chão da sua casa
que parecem abandonados
a mesa sem graça e a falta de plantas
na sala sem luz, nem uma luz
os cremes no banheiro
de alguém que fugiu
quando você passou o dedo no prato
e constatou sujeira
você não tem vergonha?
Eu?
não de poesia.








segunda-feira, 8 de abril de 2019

pão de queijo

deixei cair um pão de queijo no chão
olhei para sua amiga e rimos
colocamos de volta na vasilha,
disfarcei
te conheço muito bem
não deixei nem chegar perto:
eu mesma comi.

você me salvou do carnaval

você me salvou do carnaval,
e eu pisando em ovos
orgânicos
esqueci de reparar
em todas as coisas erradas
você me ganhou no carnaval mas
eram tantas coisas erradas
que eu não quis mais voltar

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...