quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sobre vidas que eu não salvo

Quando eu escrevo nenhum milagre acontece. Nenhum. Nem mesmo dentro de mim. Tudo se mantém igual e eu não consigo salvar nenhuma vida. Mas não é disso que eu preciso. Eu só preciso encontrar alguma coisa, e talvez eu encontre um pedacinho do que eu procuro. Eu escrevo para encontrar a parte de mim que eu perco enquanto vivo.

3 comentários:

Felipe Sanches disse...

escrevo para enxergar o pedacinho dentro de mim que não vejo enquanto cego (por alguma paixão, obsessão, compulsão, desilusão...).

parabéns, muito bom!

Anônimo disse...

Você me salva todas as vezes que escreve uma poesia como essa...

@estcin (twitter) disse...

Muito bonito seu poema, Maria Clara. Eu acho que todos aqueles que escrevem, em algum momento da vida acabam se perguntando: Por que faço isso? Clarice Lispector (sempre ela) passou por esse tema dizendo:
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... "

Abraço,

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...