segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Distante um pouco
Dormir e pensar que amanhã alguma coisa vai ter mudado. Bobagem, mas daqui a um monte de amanhãs talvez. E são esses amanhãs que eu espero ansiosamente.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Ficção
Parece que a minha profissão me deixa alienada. Descobri esses dias que há coisas acontecendo na minha vida sem que eu faça parte. Essa profissão, essa rotina me aliena de mim. Passo o dia escrevendo notícias velhas sobre outras pessoas que não são nem eu e nem ninguém que eu conheça. Fico buscando informações sobre pesquisas que não importam, talvez para ninguém. Já me perdi tantas vezes para depois de semanas trabalhando quase sem parar ver que eu já não sou mais a mesma. E não estou falando de mudanças óbvias que todo mundo passa diariamente, estou falando de crenças, de opiniões, de atitudes, de alma. Eu estou mais cega para tanta tristeza do mundo e mal consigo sofrer as minhas. Mal consigo definir quais são as minhas alegrias, as minhas prioridades, o que eu vou fazer com a minha vida. Eu não sei mais por que eu insisto em estar aqui se a minha impressão é que eu devia estar do outro lado de tudo. Eu preciso sair, eu preciso ir embora, eu preciso de um empurrão, de um chute, de um adeus. Eu preciso ir por aí a procurar, rir pra não chorar. Não sei mais o que do que eu gosto, do que os meus amigos gostam, não sei mais o que eu faria se eu tivesse um dia todo para mim. Eu não tenho mais nenhum dia para mim, eu não tenho mais nada. Eu não me tenho mais. Socorro, alguém me tira daqui, alguém me ressuscita, alguém me tira dessa ficção que eu não chamo mais de vida.
Por favor, escorram
Há uma porção de lágrimas engasgadas nos meus olhos. Não sei como chorá-las, não sei como fazê-las escorrer. De vez em quando eu sinto uma dor qualquer e noto que elas ficam de prontidão, mas se recusam a cair. Eu tenho certeza que só quando eu conseguir fazê-las escorrer durante algumas horas (talvez dias) é que eu vou conseguir viver esse resto de vida que tenho pela frente.
domingo, 20 de janeiro de 2013
sonhadores que s(f)omos
Essa é a primeira vez que eu falo sobre você. Depois que a gente se conheceu naquele dia estranho, naquela festa estranha, naquela noite completamente estranha, eu nunca mais mencionei o seu nome. Me forcei a faze-lo não existir, nem mesmo como lembrança. Uma memória que, esquecida mil vezes, poderia se tornar inexistente. Não foi bem isso, porque de vez em quando ela voltava a mim. Eu fazia-me de surda, surda por dentro. Mas ela estava lá, mesmo que eu não escutasse, havia uma imagem. Uma imagem que confesso: me deixava triste. Você é uma memória triste e eu não posso mudar isso, nunca poderei. Nem que um dia eu te reencontre maduro, engraçado, leve, a memória será aquela. Você não era leve, nunca soube direito quem era você e de repente foi embora para nunca mais. Nunca conheci ninguém nessa vida que gostasse de ver uma pessoa partir para nunca mais sem nem esboçar um adeus. Não conheço. Você talvez conheça.
domingo, 13 de janeiro de 2013
coragem demais
E que largar a estabilidade para uma incerteza qualquer
seja ela qual for
é preciso coragem demais
e eu não tenho
sábado, 12 de janeiro de 2013
Outside
Im not as happy as I used to be
but people never is
Im not going to change right now
Ive been too long without my bulletproof vest
And I know its dangerous outside
even when you invite me to leave
I get too scared
I dont know you
How dare you invite me
when we know its a mess out there
Why dont you forget my name
and call another?
Quase perdi
De repente
eu olhei o relógio
muitas horas tinham passado
tantas horas
que eu quase perdi a hora
de partir.
Eu
quase
fiquei.
eu olhei o relógio
muitas horas tinham passado
tantas horas
que eu quase perdi a hora
de partir.
Eu
quase
fiquei.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Depois daquela mensagem
Tirou a mão do bolso, como se precisasse dela para falar, e enquanto olhava para o outro lado ele disse: pelo menos a sua dor você precisa carregar, ninguém vai carregá-la por você. Deixá-la de lado é um desperdício, um dia você vai acordar com a mandíbula doendo e vai precisar dela para enxergar o resto do mundo. Saí do quarto, mas senti como se alguma parte de mim tivesse ficado lá. O silêncio do corredor me assustou um pouco, mas eu estava concentrada demais nos meus pensamentos e esqueci de me assustar. Enxergar o resto do mundo.
Lição
Existe um prazo na vida de uma pessoa para que ela aprenda a viver? Eu não sei se perdi o prazo.
Não esse ano
Uma dor imensa de um dia que tinha acabado de começar, como se ele tivesse saído do meu últero. Assim foi o primeiro dia do ano. Os três segundos que eu fiquei sozinha olhando o mar, meia noite e dois, três, quatro, ouvi o universo pedindo para eu dar licença que ele queria passar. Dois dias depois, o mar ainda não tinha saído de mim. E eu estava presa numa sala sem janelas para vomitar o mar. Tomei um remédio para ressaca e o que passou foi a vontade de tudo. O mar ficou em mim, me misturando por dentro, como se eu fosse massa de bolo. Um bolo que não vai ficar pronto, pelo menos não esse ano.
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