domingo, 15 de agosto de 2010

Sobre as mariposas

Foi logo no começo da viagem que eu senti a mariposa pousando no meu peito. Eu senti, igualzinho aquele livro descrevia. Ela tinha as patas geladas, e me esfriou toda por dentro, lentamente. Passei o resto do caminho calada, com aquela mariposa ali. Eu achei incrível reconhecê-la, porque é raríssimo a gente se dar conta o momento exato que ela pousa. Ainda bem que ele espantou-a dali, com aquele jeito sutil, até um pouco doce, porque eu não sei se eu ia conseguir fazê-la sair sozinha. Aquele dia, naquela festa, eu não consegui. Ela deixou o meu peito todo manchado com aquele pó esquisito que as mariposas soltam. É complicado esse negócio de se magoar com alguém, é uma mariposa que pode nunca mais tirar as patas frias e sair voando. A gente tem que ficar atento pra não sair soltando mariposas nos peitos frágeis das pessoas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se eu pudesse, seria o predador de mariposas, só para deixar você sempre feliz...

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...