sábado, 30 de janeiro de 2010

Sou eu que estou aqui

Sou eu, sou eu que estou aqui, não vês?
Por que não me abraças com os teus braços bem fechados,
por que não chamas meu nome alto, para que eu possa ouvir?
Sou eu que estou aqui, tu me conheces, sou eu.
Sou eu como sempre fui.
Por que me tratas como uma estranha,
Por que não beijas os meus lábios como um dia fizeste tão bem?
Como podes caminhar ao meu lado e não segurar a minha mão para atravessar a rua?
Sou só eu. Sou só eu que estou aqui.
Estou aqui para que me ames, para que me abraces e me leves contigo.
Estou aqui porque me chamastes um dia.
Acho que sei por que não vens.
Acho que sei por que não chamas o meu nome,
por que não olhas nos meus olhos, por que não respondes o meu chamado.
Acho que sei, enfim.
Não vens, porque sou eu que estou aqui,
Só eu.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Máscaras de oxigênio cairão automaticamente

Não sei como dizem exatamente nos aviões. Algo como: "Puxe uma das máscaras, coloque-a sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta da cabeça, e depois auxilie os outros caso necessário." Primeiro é preciso que você respire e sobreviva, para que depois você possa ajudar quem quer que esteja ao seu lado a sobreviver também. Essa é a lei dos aviões em turbulência. Essa é a lei de qualquer turbulência. Sobreviva antes de tentar salvar o outro.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sobre as diferenças

"Existem coisas que eu gosto e você não gosta, existem coisas que você gosta e eu não gosto, existem coisas que nós dois não gostamos, e existem coisas que nós dois gostamos. Briguemos juntos por essas últimas!"

Acho que acabei brigando sozinha.

sábado, 23 de janeiro de 2010

se ela tapasse os ouvidos podia ouvir suas veias pulsando

De repente a chuva ficou tão estranha, tão distante, tão sem sentido. Ou era a vida? De repente ela quis ser uma bailarina, para dançar na chuva. Estava tudo em silêncio, se ela tapasse os ouvidos podia ouvir suas veias pulsando. Engraçado as pessoas passarem e esquecerem de devolver os nossos pertences, ela pensava. Haviam esquecido de devolver as suas coisas, talvez de propósito, e ela estava um pouco perdida. Não sentia mais tanta dor, porque tinha os pés calejados. Os pés, as mãos, os braços, os olhos e os lábios. O coração não sabia calejar, e sangrava como sempre. É bom que sangre mesmo, é bom que seja assim. Mesmo não sendo bailarina, ela só queria dançar na chuva. E se dançasse, e se pegasse na mão de alguém, e caísse no chão ou qualquer outra coisa, o coração continuaria sangrando. A gente se assusta com o sangue, porque ele precisa ficar por dentro da pele. Ruim mesmo é se faz um corte e ele sai. Mas isso ainda não havia acontecido. Por isso ela continuava, mesmo perdida. E mesmo sem achar nenhum sentido, ela foi dançar na chuva.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Hoje ainda aqui

Hoje, tudo que o mundo fez foi não acabar.
Eu só queria que ele acabasse
Aos poucos, devagarzinho.
Hoje, tudo que o mundo fez foi acabar.
Tudo ao mesmo tempo,
Desmoronando no chão.
Hoje eu acabei e o mundo ficou
-Flutuando nesse infinito tão mesquinho
Hoje eu não fiquei no mundo.
Não teve mundo nem infinito.
Nada disso importa,
Hoje nada mudou:
A solidão ainda existe e eu também.

domingo, 17 de janeiro de 2010

2.

Eu tive medo o tempo todo. Se alguém me abraça, eu perco o medo. Você nunca me abraçou o bastante.

1.

Tem dias que eu quero que tudo morra, e não fique nem uma última voz. Tem dias que tudo morre, mas sobra uma voz.

Como fazem?


Para onde vão os passarinhos quando começa o temporal? O ninho deles resiste a um temporal como esse? Como fazem os passarinhos? Eu não sei como fazer.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

pocket poem

Nem tem graça
sentir sua falta
quando a sua presença
é tão escassa.

Pode ser que eu

Faz algum tempo já que nada tenho a dizer.
Pode ser que eu esteja sem voz,
Pode ser que eu esteja sem palavras, sem frases
Pode ser que eu esteja cansada.
Mas nesse tempo em que ando calada,
Vejo que tudo vai ficando distante, tudo.

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...