quarta-feira, 29 de abril de 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não peça

Sendo assim,
O amor para sempre,
Eu não posso ficar -
Porque tenho fim.
O amor é permanente,
E eu sou temporária.
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domingo, 26 de abril de 2009

Aos poucos me despeço


Há uma pequena parte de mim que quer ficar. Ela grita um gritinho suave, dentro de mim, pedindo que eu fique. Essa parte de mim quer rir quando o assunto é sério, e às vezes quer chorar no meio do trânsito. Essa parte de mim não pode ver um gramado, que já quer sair correndo. Ela tem medo de tudo e quase sempre quer fugir. Ela se sente perdida, tem saudades de tanta coisa antiga e tem sede de coisas que não são de beber. Essa parte de mim um dia já foi o meu todo, agora é apenas uma pequena parte de mim. É a parte que eu estou deixando de ter aos poucos, que está perdendo espaço para uma coisa maior. Uma coisa que as pessoas costumam chamar de maturidade. ¨
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Desabafo de um segundo, tão rapidinho que já me arrependi de ter escrito

Minha mãe está dormindo no quarto da frente, não sei como, porque ouço os roncos altos de meu pai daqui. Minha irmã está está lendo com uma luz bem fraquinha, na sala de TV. Minha outra irmã acabou de me mandar uma mensagem: está super feliz em uma festa. Minha melhor amiga saiu da minha casa há poucos minutos, para voltar para a sua. Meus amigos, cada um de um lugar, hoje se comunicaram comigo de milhares de jeitos, inclusive por olhar. Falei ao telefone uma porção de vezes, mandei e recebi e-mails, abracei e fui abraçada. Falei "bom dia" e recebi sorrisos. Nada além de tempo me faltou. Mas hoje, especialmente hoje, eu me senti a pessoa mais solitária da face da terra.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009

O calar-se de depois

Às vezes tudo que devemos fazer é dizer a frase que desejamos e então nos calar. Ir embora depois. Porque o que vem depois dessas frases são coisas sugadas de nós, que ainda não estavam prontas para serem expelidas. E tudo que nos é sugado, assim prematuramente, pode doer nos ouvidos de quem sugou. Não queremos dor. Ela costuma bater no vidro e voltar de onde veio.




sexta-feira, 17 de abril de 2009

Things that only a poet would know

Some questions are never meant to be aswered.
Some people are never meant to be forgotten.
And stars, they are meant to be reached.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O passado é sempre engraçado

Enquanto eu não dou risada disso tudo, sofro em agonia. Enquanto não dou risada, crio rugas, bem pequeninas, que me fazem mais velha. Rôo minhas unhas que estavam grandes há tanto tempo. E sofro bem quietinha. Mas eu espero, ansiosamente, pelo dia que eu vou olhar para trás e achar tudo isso uma tremenda tolice.

E eu vou dar muitas gargalhadas, afinal, essa é a parte boa disso tudo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Olhar de quem olha

Adoro olhar para as pessoas. Mas olhar mesmo. Quando passa uma menina linda com um vestido todo florido eu paro a frase no meio e fico admirando-a assim, sem pudor nenhum. Algumas pessoas se incomodam, mas pouco me importa. Eu gosto mesmo é de olhar. Reparo também em crianças que começam a dançar no meio da rua, que conversam com o sorvete, que correm atrás de coisas coloridas que vêem no chão. [Eu também às vezes corro atrás de coisas coloridas que vejo. Às vezes descubro coisas lindas, às vezes me iludo.] Nunca deixo de olhar as pessoas. As pessoas e os seus olhares, os seus trejeitos, os seus jeitos de se vestir ou de caminhar. Essas coisas todas revelam muito. Às vezes muito mais do que as palavras que saem de suas bocas desesperadas. Uma vez eu disse a uma pessoa que falava demais: "Se você fosse mudo, você seria a pessoa mais doce que eu conheço." Eu gosto de olhar cada traço do rosto de alguém. Cada ruga, poro, cada detalhe. Gosto de tentar decorar os traços, embora seja uma tarefa quase impossível, levando em conta que não se pode acompanhar o que o tempo faz com nossos traços, mesmo quando se fica anos e anos casado. O tempo muda os nossos traços. O tempo puxa um pouco aqui, faz algumas manchas ali, muda tudo de maneira incontrolável. E é por isso que eu gosto tanto de olhar, eu sinto que se eu deixar escapar um pouquinho, talvez eu já não reconheça mais quem eu tanto conheço.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mas

Tenho fome,
mas empurro o prato.
Quero sair correndo,
mas me sento no sofá.
Tenho medo,
mas estufo o peito.
E vou, vou, vôo.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Insônia

Amanhã só pode ser chamado de amanhã se eu dormir? Se eu não dormir nunca mais, minha vida passará a ser um eterno hoje?
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domingo, 5 de abril de 2009

Dedico

Aos peixes que morreram para que eu pudesse comê-los. Às formigas que pisei enquanto corria apressada. Às dores de cabeça que senti durante a ressaca. Aos apertos no meu coração que vieram no dia seguinte. Às unhas que roí até o meu dedo sangrar. Aos segredos que guardei tanto que se tornaram rugas. À tudo aquilo que desperdicei por não querer mais. Aos trabalhos em grupo que só participou o meu nome no papel. Às festas que me convidaram e eu não fui. Às cadeiras que ficaram vazias porque eu não sentei. Às lágrimas que escorreram em meu nome. Aos nãos que doeram em alguém. Às laranjas que espremi mas não tomei. Aos gritos que eu não ouvi, aos gritos que eu dei, aos gritos que não dei também.

A minha dor lhes é suficiente?




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O cérebro do meu coração

Eu perdi o meu tempo tentando te entender. E você perdeu tempo tentando me explicar. Mas no fundo nenhum de nós dois perdeu tempo algum.

Eu gostaria de entrar nos seus pensamentos e me comunicar com eles.

Tenho vontade de acelerar o tempo bem mais do que voltá-lo, porque as coisas que eu fiz, eu fiz por algum motivo, mas eu queria dar uma espiadinha do que vem depois.

Em um minuto eu sinto o meu peito lotado, em outro ele já está vazio.

Eu teria milhares de peixinhos coloridos no meu quarto, se eu não tivesse que limpar o aquário, porque às vezes eu sinto uma necessidade extrema de observar peixes.

Gostaria que o meu choro servisse para resolver as coisas uma vez ou outra.

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...