sábado, 12 de abril de 2008
Uma Outra Morte
Toda ilusão é dolorosa. Dolorosa porque é ilusão. E não passará disso, no estado permanente que algumas coisas tem. Ela corrói o coração que fica ali, vulnerável a qualquer mariposa suja que repouse suas patas sobre ele. Porque é como esperar que alguém que já morreu volte para a cama que deixou desfeita. Ouvir palavras que jamais sairão da boca alheia. Olhar pela janela e enxergar os raios do sol iluminando flores delicadas, enquanto uma chuva cai cinza e violenta sobre aquelas flores. A gente pensa que a ilusão não mata, mas ela mata sim. Ela nos mata devagarzinho, enquanto a gente não enxerga a chuva, mas sente ela caindo. Mata enquanto a gente espera aquele que não virá. É um enorme perigo deixá-la entrar, porque se ela se instalar sobre o peito, a gente passa a vida inteira morrendo, lentamente.
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Um comentário:
Minha amiga querida!
Estou fazendo minha primeira visita ao seu blog e, devo dizer q certamente não será a última. Gostei muito.
Muito louco esse tema q vc desenvolveu nesse post: a ilusão. Desilusão é algo que deveria ser comemorado, isso já o disse Clarice Lispector em um de seus romances. Porém, é algo que de fato relutamos e não admitimos.
A pior coisa é estar com a ilusão de que sabe, com a ilusão de que é amado, com a ilusão que ama, entre tantas outras. Chega, porém, algumas vezes o grande golpe de misericórdia lançando para longe nossos devaneios. Neste momento, paradoxalmente, ao invés de nos gabarmos porque estamos curados de nossas ilusões, entramos num processo depressivo e mergulhamos na pior das ilusões, a de que somos vítimas.
Whatever... exagerei aqui na viajem né?
Um bj Clarinha!
T adoro.
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