As crianças caíam, levantavam e continuavam a brincar de esconde-esconde. Chovia um pouco, mas o sol às vezes soltava uns raios brilhantes em algumas folhas no chão. A menina, enquanto se escondia, viu um pedaço do sol refletindo numa poça d'água. Gritou para seu amiguinho ver, achou aquilo incrível. O garoto, não entendendo nada, perguntou:
-Ei, por que você parou a brincadeira?
-Você não está vendo?
-Ei, por que você parou a brincadeira?
-Você não está vendo?
-Não. O que foi?
-Aqui, veja! É o primeiro arco-íris em preto-e-branco que eu vejo na vida!
O garoto fingiu que tinha enxergado, e saiu correndo de volta para a brincadeira. A menina ficou alguns minutos ali contemplando, mas também saiu correndo, afinal, ela era muito nova e ainda veria muitos arco-íris incolores durante sua vida. Mal sabia ela que aquele momento seria o único. Arco-íris em branco-e-preto não existem.
O garoto fingiu que tinha enxergado, e saiu correndo de volta para a brincadeira. A menina ficou alguns minutos ali contemplando, mas também saiu correndo, afinal, ela era muito nova e ainda veria muitos arco-íris incolores durante sua vida. Mal sabia ela que aquele momento seria o único. Arco-íris em branco-e-preto não existem.
Um comentário:
Muito característico de alguém que eu conheço se desligar do mundo por alguns instantes para contemplar algo que a tenha cativado. Talvez, se fosse eu o menino da brincadeira, teria perguntado: "Onde você está agora?"
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