sexta-feira, 29 de maio de 2015

Janela

O cimento da parede da nossa casa separa o nosso corpo.
Seu corpo de cimento, o meu de parede - e a casa vazia.
A casa faz eco no meu peito de pedra.
A casa faz eco no seu peito sem nada.
Eu na sala, ele no quarto e a casa sem ninguém.
- Onde estão os moradores desta casa? - pergunta alguém.
- Não estão aqui. - respondem as paredes.
É que as paredes nem sabem mais dos moradores:
paredes, passos, camas, nada, ninguém.
Uma coisa na casa faz barulho,
uma coisa na casa parece ter vida:
a janela aberta cheia de vento.


Um comentário:

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...