quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O cão da raça Boxer

Eu me lembrei de repente de um ano novo bem antigo na nossa casa de campo. Eu era bem pequena, mas já passava dos dez anos de idade. Lembro de caminharmos pelas ruas dos quarteirões vizinhos, eu e a minha irmã do meio, e talvez a família toda. Lembro que no meio do caminho um cão da raça Boxer de cor marrom clara começou a andar com a gente. Aí alguém como o Miguel talvez disse que aquela raça de cão era super boazinha e adorava pessoas e carinho. Nós adotamos o Boxer marrom e deixamos que ele nos seguisse até nossa casa. O ano novo foi se aproximando e ele ficou lá: fizemos a ceia, papai acendeu um rojão com o Miguel, mamãe ficou cuidando da cozinha com a Glades. A impressão era de uma casa cheia, animada. Lembro da figura do meu pai dando gargalhadas com o Miguel e uma cervejinha na mão. Eu fui obrigada a ficar com o filho mais novo do Miguel porque ele era exatamente da mesma idade que eu (e eu sempre pensava: "e daí?"), ele era um pouco devagar e nós nunca ficamos amigos. Então nós todos assistimos o especial da Globo e festejamos tomando coca-cola e esperando a hora de ir dormir, que nessas ocasiões era super tarde. De tempos em tempos eu ia até o cão da raça Boxer ver se ele queria mais pão, mais água ou mais carinho. Eu tinha uma esperança enorme de que o papai ou a mamãe iriam aceitar ficar com ele pra sempre. Ele ficou lá o tempo todo, até mesmo depois dos fogos. Acontece que no dia seguinte eu acordei e fui correndo lá fora, perto do pratinho de comida dele, e ele não estava mais lá.

Um comentário:

Lebrão disse...

Sabe o quê ? Tem u monte de boxers na vida: mansos, simpáticos, que parecem adorar a gente. De repente, desaparecem...

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...