quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Espero que você leia depois do natal

1. Esse porquinho é a sua alforria. Quando comprei o porco, além de achá-lo cheio de significados, de sentimentalismo, de delicadeza e de graça, achei-o como um vale-o-seu-gosto. Por que vale o seu gosto? Porque ele custou caro, bem caro e, por ele ter custado caro, ele exige a sua felicidade. Isto é: se ele não te agradou, vá até a loja e seja feliz escolhendo qualquer item maravilhoso com aquele valor. Seja feliz porque me foi caro: goste dele, ache-o tão espontâneo e original quanto eu achei ou troque por alguma coisa linda que te agrade e te deixe muito feliz. Porque eu só quero que você seja feliz. A Monja Cohen inclusive diz que amar é querer que o outro seja feliz, com ou sem a gente. Eu quero que você seja feliz, meu amor, com ou sem o porquinho (mas de preferência comigo).

2. Por que diabos um porquinho teria tantos significados? Porque um porquinho foi o meu primeiro amor. Inclusive já dediquei um texto à ele, chama-se "Meu Primeiro Amor" é de 30/01/09:
Eu tinha um ursinho de pelúcia que era um porco. Eu devia ter uns 9, 10 anos. Ele era bem rosinha, vestia um suspensório marrom-escuro e uma camisa social branca de bolinhas pretas. Era pequeno e magrinho, o porquinho. As pernas e os bracinhos eram fininhos e o corpo bem cheinho. Tinha uma carinha simpática. Eu dormia abraçada nele, acordava e o levava para aonde eu fosse. Ele me dava paz, me protegia. Uma vez fui com a minha família para uma dessas viagens, devia ser a Disney, e eu levei meu companheiro porquinho. Ele não tinha nome, porque eu nunca precisava chamá-lo: ele não me abandonava. Fomos juntos em todos os brinquedos do parque, e na hora de voltar para São Paulo, eu o esqueci no banheiro do aeroporto. Ele me abandonou. Senti falta de tê-lo dado um nome, porque eu não pude chamá-lo. Me desesperei tanto, que pensei que minha vida não tinha mais sentido. Eu não queria voltar para casa, porque eu esperava que ele fosse voltar para mim. Mas ele não voltou. Ele nunca foi encontrado (ou se foi, foi por outra garotinha) e eu tive que voltar. Demorei muito tempo para superar a perda do porquinho de suspensório. Meu pai me deu outros bichos para tentar amenizar, tipo um tatuzinho cinza que usava lenço vermelho, mas nada substituiu o meu porquinho. Domingo eu faço aniversário. Completo 22 anos. E eu queria que o meu porquinho estivesse aqui para comemorar o meu aniversário comigo.
3. Eu acho que encontrei em você o meu porquinho de suspensórios.

3 comentários:

Porquinho disse...

Querida Clarinha,
Nunca imaginei que você gostasse tanto de mim. Sim, me lembro de dormir sempre agarrado a você e me lembro tambem de acompanhar tudo tudo em sua vidinha de menina linda. Saiba que aquele dia em que você esqueceu e eu me vi sozinho no aeroporto de Miami foi tambem muito terrivel e muito triste para mim. Desde então fiquei escondidinho no seu coração, bem acomodado e cercado de carinho, sem a possibilidade de me perder de novo. Lá estou eu, agora muito feliz porque você achou o seu porquinho de verdade

Clara..... disse...

A sua insistência é doce, me traz vaidade, é claro, mas algo além disso. Me traz uma paz. Você me traz paz. A sua existência longe e que eu pouco conheço me traz paz. E é essa a minha resposta. Peço desculpas por não poder lhe dar muito além, mas o que eu lhe dou, é sincero. É um sentimento. É uma esperança que você acende no meu peito, ainda não sei direito de quê, mas é sincero, e você que me traz.

Anônimo disse...

Vc sabe que essa história que vc tem no coração eu tenho também viu? Pra mim também foi tudo muito especial... Eu fico muito feliz por existir no mundo gente como vc.

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