domingo, 29 de setembro de 2013

Não foi naquela hora

Ela se apoiou na parede e abriu o zíper de uma das botas calmamente enquanto ouvia o piano. Ele tocava sem nenhum compromisso, nenhuma música em especial. Ela ia pensando nos últimos dias e tinha vontade de dizer alguma coisa, não estava muito segura nem muito convencida de nada. Assim que tirou a outra bota foi sentar no sofá, bem ao lado do piano. Pensava no que queria dizer, no que precisava saber, no que tinha medo. Pensava nele, nos dois, naquele frio todo que estava fazendo - aqui e lá. Ele terminou de tocar, virou-se para ela e falou qualquer coisa sobre a música. É agora, ela pensou mas não disse nada. Não foi naquela hora e nem depois. Ele se levantou e disse: preciso ir. Deu-lhe um beijo e foi embora.

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eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...