sexta-feira, 16 de abril de 2010

Houve um momento

Ele tinha uma boca de cigarro e café. Alguma coisa de noites mal dormidas, e aquilo tirava um pouco da beleza e da poesia do seu rosto doce, já não tão doce. Ele criava um ar de distância, algo que fazia com que ela sentisse a necessidade de levantar dali. Mas não. Tinha outra coisa também, alguma coisa no olhar dele que a convidava a continuar sentada. O olhar vencia. Dava uma vontade de se aproximar, de explorar toda aquela solidão que ele exalava. E diante daqueles pensamentos todos, ela acabou por dizer: preciso ir, até amanhã. Ele abraçou-a com uma força que talvez lhe fosse comum (mas é claro que ela achou que a força era só para ela) e disse: até. Mais nada, ele não disse mais nada. Mal sabiam que aquilo, aquele breve instante, fora deles.

Um comentário:

PL disse...

Demoro mais tá lá, tah pronto o ultimo post da uma olhada....esse tah valendo a pena!

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...