segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eugênia

Talvez uma das minhas pernas fosse coxa e talvez minha existência tenha sido mesmo insignificante. Mas, na verdade, mal sabes ti que eu não o admirei como pensaste. Eu o quis porque tu me admiraste, e isso me foi bonito. Quando finalmente viste os meus defeitos, fostes embora. Eu agradeço por fim, por teres partido. Tu eras tão manco quanto eu, mas eu era manca apenas na perna. E tu? Bom, tu era um ser coxo da cabeça aos pés. Tua existência foi coxa e morreste tão só quanto eu.


4 comentários:

Bianca Bibiano disse...

fantástico!

Felipe Sanches disse...

nuance essencialmente realista de um romance de marcantes traços psicológicos.

Camila S. disse...

Mais coxo é quem me diz, e foge se arrastando rumo aos vermes.

Anônimo disse...

Só consigo pensar assim:mais um que vai para o espaço, e mais espaço para mim...

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...