sexta-feira, 31 de julho de 2009

I just had to let you know

Quando eu olho para você, eu não tenho vontade de beijá-lo loucamente. Eu tenho vontade de saber tudo que você pensa, tudo que você fez e vai fazer na sua vida. Eu tenho vontade de entender as frases que você não fala. Eu tenho vontade de conversar sobre tudo que eu quero saber e tudo que você sabe. Tenho vontade de sugar todos os seus pensamentos para dentro dos meus. Eu fico com vontade de roubar a sua calma, de roubar os seus medos e de te dar os meus. Eu fico achando que você me protege, mesmo que você nem se aproxime de mim. Sei lá o que me acontece, o seu olhar me acalma, mesmo que minhas mãos tremam um pouco. Eu não sei o que acontece, mas eu não consigo evitar. Quando eu olho para você, eu tenho vontade de descobrir um planeta novo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Algum lugar


Tenho vontade mesmo é de jogar tudo pro alto e ir caminhar.
Não quero fugir de tudo como fez a minha irmã, e nem ficar parada sem saber.
Quero apenas caminhar.
Encontrar pessoas no caminho.
Sentar um pouco debaixo da sombra de uma árvore.
Acenar para as pessoas que vão ficando, e acenar conforme eu vou chegando.
Eu queria mesmo era caminhar,
até chegar em algum lugar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

domingo, 26 de julho de 2009

Anúncios

"Os verdadeiros poetas não lêem os outros poetas. Os verdadeiros poetas lêem os pequenos anúncios dos jornais".

Mário Quintana

Um garotinho que sorri assim


Tem um clipe no youtube que chama "Candy", o cantor é o Paolo Nutini. O clipe é uma graça, está entre os meus preferidos. É um casamento em um vilarejo. Você vê, pelo olhar do noivo, pelo sorriso dele, a alegria que ele estava sentindo na hora. Os convidados, os arranjos pelos cantos... É um casamento ao ar livre. São pessoas simples, mas como sorriem! É claro que eu imediatamente quis viver um casamento assim. Eu espero o quanto for, quero um casamento assim. A foto que eu selecionei não tem a ver com toda a história do clipe, com o que citei, mas é uma cena mágica. A carinha desse garoto aparece aos 1:31, e some em uma fração de segundo. Eu quis ter, além do casamento simples no vilarejo, um garotinho que sorri assim também.

sábado, 25 de julho de 2009

Chegar, partir.

Não sei quem decide a hora de partir, se é o vento, se são os pêlos do braço que cansaram de se arrepiar, se é o sol esperando a Terra dar a volta em torno ou se é uma mão que chamam de Deus. Eu não chamo de nada, eu vou embora porque é a minha hora, e eu deixo que partam, porque não cabe a mim decidir. Eu não sei de nada, mas eu não tenho medo de partidas. Me assustam as chegadas: nada determina a hora de chegar. As pessoas tiveram de partir de alguém e de algum lugar para chegarem até aqui. Me diz: de onde foi que você partiu?

Protetor

As pessoas usam óculos escuros e dizem que é para se proteger do sol.

Mentira.

Elas querem se proteger das outras pessoas.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

se o seu olhar fosse

Posso me esconder do seu olhar?
Posso fechar os meus olhos?
Os seus olhos mentem -e eu tenho medo de mentira.
Os seus olhos que me seduzem, já são de alguém -e eu bem sei.
Pobres olhos meus:
serão enganados, serão magoados, serão abandonados?
Se o seu olhar fosse tão só quanto o meu, poderíamos olhar juntos -para qualquer lugar.
Mas os seus olhos mentem.
E os meus olhos são fragéis demais para as tantas lágrimas que viriam.

A memória é um velho álbum de fotografias

Todo mundo é um fotógrafo.

A percepção da beleza se dá com uma foto tirada pelos olhos.


terça-feira, 21 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Efêmero

1: Vem do grego epheméros, que signifca: que dura um só dia;
2: De pouca duração; Curto; Passageiro; Transitório; Breve.

Antônimos
permanente
eterno


E no meu dicionário viria assim:

O pulo da bailarina. O sopro que apaga a vela. A vontade que precede o realizar. O "não" que quer dizer "sim." A vida da mosca. A vida do beija-flor. O bater de asas. O sono antes de dormir. A minha vontade de ir embora e nunca mais voltar. O caminho da gota de chuva, entre a nuvem e a superfície que ela toca. O nunca mais. O que se sente, e que de repente, não se sente mais. O último olhar descendo a escada rolante do aeroporto. O passarinho que nunca deixa que se aproximem. A água escorrendo para o bueiro. A sujeira indo com a água. O instante de uma fotografia. Uma barra de chocolate na mão de um garotinho no recreio. A hora do recreio para um garotinho que come uma barra de chocolate. Um amor que tive antes de saber que não era amor. O beijo de quem não queria dar um beijo. Um abraço forçado. A música preferida que começa a tocar em um lugar inesperado. Uma espera de três horas para alguém que esperou uma linda mulher que surge descendo a escada. Um amor de verão. Um inverno sem graça. Uma vida sem graça.


[Uma pequena ressalva: algumas das coisas citadas são simultaneamente eternas.]

O crime de partir


Meu cachorro é muito esperto, muito. Em absolutamente todas as vezes que alguém se despede, mesmo que efemeramente, ele pára todos os seus movimentos, fica estático. Começa a encarar a pessoa que parte de tal forma que a gente se sente culpado. "Calma, eu já volto! Só vou até ali." Não adianta. Ele fica extremamente triste. A gente fica achando que está cometendo algum tipo de crime, porque para ele talvez ir embora seja um crime.
Muito esperto, muito.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cazuza cantava:

"Que coincidência é o amor, a nossa música nunca mais tocou"

E eu escrevo:

Que coincidência é a vida, eu nunca mais vi você

A morte para mim

A morte, para mim, é uma espécie de sono prolongado onde, durante os sonhos da morte, não se revive o dia, mas a vida toda.

domingo, 12 de julho de 2009

Minhas continuações

Eu gosto de ler textos que não tem um fim. Textos que contam um pedaço de uma história ou relatam uma experiência, mas que não acabam. Uma frase encerra aquele relato com um ponto final, mas a história fica assim meio suspensa. Então eu começo a criar o que viria depois. Eu começo a colocar a minha vida naquele texto e as coisas ficam com a minha cara. Eu li sobre uma noiva que conhecia o pai do noivo. O encontro é puro, é bonito. Aquele texto termina com uma frase "e caminhamos calmamente para o carro" mas não acaba a história. E eu, na minha cabeça, criei um abraço, um casamento bonito e, como minha imaginação sempre manda no final, ninguém nunca mais sente frio. Não sei porquê, mas nas minhas histórias as pessoas não acabam felizes para sempre, elas apenas nunca mais sentem frio. E ficam com as mãos entrelaçadas, para o resto do que for. Felizes, é claro, mas não para sempre, por que a tristeza é linda. Tem que ter um pouco de tristeza entre um para sempre e o outro. Pelo menos nos meus finais.
Estou me sentindo um enorme e grosso livro de clichês.

Qual a escala do seu mapa?

Eu não me importo com os caminhos que você tenha percorrido até chegar no ponto onde a gente se encontrou sem querer. Você pode ter sido famoso, pode ter tido milhares de namoradas em todos os cantos do mundo, pode ter sido um cantor charmoso ou até um mendigo. [Mas o momento do nosso encontro marcou um ponto no mapa da sua vida.] Esse ponto é um começo. Esse ponto é o resto que vai vir a partir de então. As fotografias não vão sumir, as namoradas vão continuar no mapa também, mas a partir daqui eu vou estar nas fotos, eu vou sorrir com você, e o seu mapa vai se misturar com o meu. A gente vai traçar o resto juntos. Por isso, nada disso importa: eu já fui um alguém antes também.
Seremos juntos agora.
¨

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Eterna condição


E no final das contas o melhor é assumir a solidão. Não adianta fugir para um lugar lotado de pessoas, não adianta fazer trezentas ligações ou se esconder no edredon quentinho da cama. Talvez um livro, talvez. E talvez nem um livro. A solidão grita mais alto que a música, mesmo que as caixas de som estorem. A solidão é maior que a festa mais cheia da noite. A solidão segue o caminho mais longo. O importante mesmo é não ter vergonha ou medo dela. Porque no final das contas a gente descobre que a solidão faz parte da gente. Cada pessoa no mundo guarda um pouquinho de solidão dentro de si. Das mais alegres às mais solitárias. A solidão é a eterna condição humana.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Se dissolvem as perguntas

Não fico mais me perguntando para que servem as coisas. Por quê me sinto de tal forma com relação a algumas pessoas e a outras me sinto exatamente o contrário. Não me pergunto mais do que são feitas certas pessoas e por que tanta gente não vê o que eu vejo. Eu não pergunto mais. Talvez eu tenha enjoado de tanto buscar algo que não vai me tirar deste lugar. talvez eu não tenha mais aquelas curiosidades antigas. E talvez eu saiba, talvez eu simplesmente saiba, que a resposta é tão misteriosa quanto todas as minhas perguntas...

Aquela menina

A diferença dela com as outras tantas milhões de meninas do mundo era a sua calma. Ela tinha calma para viver, para respirar e, principalmente, calma para aceitar todas as outras pessoas.

sábado, 4 de julho de 2009

Acontece

Tenho milhares de coisas para escrever. Preciso tirá-las de mim, arrancá-las dos meus pensamentos, livrar-me de todas, e são muitas mesmo. Acontece que chega a inspiração, e leva tudo embora.

Tudo isso

-E isso tudo.... É paixão?

-Não. Curiosidade.

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...