Acreditei em algumas besteiras que me disseram uma vez. Então, quando eu terminei de escutá-las, eu saí por aí, toda acreditosa. Mas aos poucos eu fui ficando pequenina. Porque as árvores pareciam rir de mim. O vento parecia rir de mim. As estantes e os relógios: tudo ria de mim. Eu quis chorar e me esconder -era tudo mentira e eu tinha acreditado. E foi então que eu decidi virar uma mentirosa. Eu falo que fico, mas me vou. Eu nunca fico.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Alguns dias
Desde a última vez que eu o vi, você cresceu alguns dias. Será que você mudou muito e já nem me reconhece mais?
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Beija-flor
domingo, 21 de setembro de 2008
Desperdício
Faz um tempo que eu já não consigo mais contar as horas. Eu olho para o meu relógio, vejo esses números todos dançando em círculo, e eu só consigo entender que mais um dia está chegando ao fim. Ele parece que rouba o sol, a claridade do mundo. Prefiro que as horas passem desbercebidas. Assim, dói menos o desperdício de mais um dia sem tudo que me falta.
domingo, 7 de setembro de 2008
Medo
Eu não tenho medo da morte porque eu quero que ela se dane. Não tenho medo da morte porque ela vai me matar de qualquer jeito, nem adianta tentar qualquer coisa. O meu pai mesmo sempre fala com aquele jeito de sabe-tudo: "A única certeza que se pode ter é a morte." Como eu poderia ter medo da minha única certeza? Mas sabe, hoje eu acordei com um pouco de medo dela. Não que eu ache que eu vá morrer daqui a pouco, mas eu fiquei com medo de ela chegar atrasada. Eu não suporto esperar. Imagine se eu fico sozinha esperando, e ela não vem? Porque da solidão sim, dessa eu morro de medo.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Única condição
Hoje eu estou triste. Estou triste e nada faz mudar o meu estado. Estou triste e não quero que ninguém me entenda. Não quero abraços, não quero palavras,
. Não quero mais ficar triste, mas hoje é assim que eu estou.não quero consolo
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