quinta-feira, 1 de maio de 2008

Funerais diários

Mergulhei em um oceano de mortes tolas. Encontrei cadáveres de alguns pensamentos, de alguns amigos e de algumas coisas preferidas que tornaram-se aversões. Um dia eu matei minha mãe. Um dia matei a mim própria. Já matei desejos, já matei segredos. Nunca me importei se eles voltariam à vida depois. Nunca quis saber se seria difícil para quem fica. Simplesmente os sufoquei. Com outras vidas, outros desejos, com o tempo que me sufocou também. No meio de todas as coisas póstumas, encontrei o que restou. Eu restei aqui, inteira. Sei que já fui morte de pessoas, já fui cadáver para alguém. Enquanto mergulho nesse monte de restos, eu penso com meus olhos lúgubres: Não há nada mais difícil do que sobreviver à morte.

2 comentários:

Bianca Bibiano disse...

Are you fine?

Felipe Rubia disse...

pode se sobreviver a morte?
a morte para alguns é o fim, mas para outros é o início de uma nova vida, e não estou querendo dizer aqui outra vida na terra, mas sim algo maior.

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...