Mergulhei em um oceano de mortes tolas. Encontrei cadáveres de alguns pensamentos, de alguns amigos e de algumas coisas preferidas que tornaram-se aversões. Um dia eu matei minha mãe. Um dia matei a mim própria. Já matei desejos, já matei segredos. Nunca me importei se eles voltariam à vida depois. Nunca quis saber se seria difícil para quem fica. Simplesmente os sufoquei. Com outras vidas, outros desejos, com o tempo que me sufocou também. No meio de todas as coisas póstumas, encontrei o que restou. Eu restei aqui, inteira. Sei que já fui morte de pessoas, já fui cadáver para alguém. Enquanto mergulho nesse monte de restos, eu penso com meus olhos lúgubres: Não há nada mais difícil do que sobreviver à morte.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
No seu pandeiro
Faça uma música para mim no seu pandeiro com palavras que não rimam sem ritmo ou precisão quero ouvir minha alcunha entre as notas, tortas f...
-
No café da manhã te conto um sonho você finge não entender te beijo e abraço suas costas você beija de volta e vai embora fico com as suas ...
-
uma mordida na perna um veneno de lagarta no dedo uma conta negativa no banco uma franja que eu não gosto um bloqueio criativo um medo que n...
-
Viramos um para o outro cabeças no travesseiro rimos do teco de pele que sangrou rimos da grosseria que foi dita do pernilongo gordo rimamos...
2 comentários:
Are you fine?
pode se sobreviver a morte?
a morte para alguns é o fim, mas para outros é o início de uma nova vida, e não estou querendo dizer aqui outra vida na terra, mas sim algo maior.
Postar um comentário