quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Quando saio, não volto

 Se tenho que sair
[tentei fincar as mãos 
no corrimão 
da escada de casa]
saio a passos lentos
sem desejo
um pouco de medo
depois da porta eu me desfaço
despedida do que sou
quando saio, não volto 
crescem unhas
cabelos, o suor que escorre
minha pele se transforma
a que volta não sou eu 
menos tonta 
mais cansada
melancólica
Se eu tenho que sair
é melhor que eu não saia
não existe um retorno
é outra a mão que finca 
na escada, no corrimão.

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