quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Quando saio, não volto

 Se tenho que sair
[tentei fincar as mãos 
no corrimão 
da escada de casa]
saio a passos lentos
sem desejo
um pouco de medo
depois da porta eu me desfaço
despedida do que sou
quando saio, não volto 
crescem unhas
cabelos, o suor que escorre
minha pele se transforma
a que volta não sou eu 
menos tonta 
mais cansada
melancólica
Se eu tenho que sair
é melhor que eu não saia
não existe um retorno
é outra a mão que finca 
na escada, no corrimão.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

vou deixando

Não tem grandes movimentos
eu me esforço 
seria um desastre completo?
as transformações
sobreviveríamos?
Por enquanto estou aqui
não tenho medo
vou deixando 
o que será de mim
se eu não fizer nada
e se eu fizer
será pior?

uma mordida na perna um veneno de lagarta no dedo uma conta negativa no banco uma franja que eu não gosto um bloqueio criativo um medo que n...