Se tenho que sair
[tentei fincar as mãos
no corrimão
da escada de casa]
saio a passos lentos
sem desejo
um pouco de medo
depois da porta eu me desfaço
despedida do que sou
quando saio, não volto
crescem unhas
cabelos, o suor que escorre
minha pele se transforma
a que volta não sou eu
menos tonta
mais cansada
melancólica
Se eu tenho que sair
é melhor que eu não saia
não existe um retorno
é outra a mão que finca
na escada, no corrimão.