sexta-feira, 3 de março de 2017

Sangue


Uma vez, quando eu tinha nove anos, o meu avô veio passar uns dias em casa. Eu não me lembro muito bem como foi essa estadia, mas me lembro que ele estava doente. Não lembro que doença ele tinha, mas lembro de vê-lo tossir muito. Uma vez, ele tinha acabado de sair do banheiro e eu entrei para buscar alguma coisa quando vi sangue no tapete e no chão. Eram pequenas gotas, algumas eram marrom. Fui dormir com um certo medo ou algum sentimento que eu não soube identificar. Uns dias depois, talvez semanas ou meses, eu acordei no meio da noite para ir ao banheiro. Olhei para baixo e vi a minha calcinha com uma mancha de sangue. Era uma mancha marrom igual ao sangue do meu avô. Entrei em pânico, pensei em morte e fui dormir achando que eu estava com a doença do vovô.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ritos de passagens! ... Gostei!

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...