terça-feira, 17 de julho de 2012

The art of losing

Te falei de um poema da Elisabeth Bishop, e aqui está. É bem possível que você nem se lembre de quando eu falei dele, mas eu falei sim. Ele é bastante conhecido. A tradução talvez não seja tão linda, mas preferi deixar em português.

A arte de perder

A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério. 

Tradução de Paulo Henriques Britto

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo, mas não verdadeiro.
Não acho tão fácil perder você.

uma mordida na perna um veneno de lagarta no dedo uma conta negativa no banco uma franja que eu não gosto um bloqueio criativo um medo que n...