segunda-feira, 25 de junho de 2012

Primeiro domingo

Ela prendeu o dedo na porta e começou a chorar como um bebê. A dor passou, mas ela continuou chorando, e de repente ficou óbvio demais que não chorava mais de dor. Ou pelo menos não por causa do dedo. E ele ficou preocupado. Não sabia mais o que fazer para que ela parasse de chorar. E ele percebeu que ele não podia mais fazer nada. Ele percebeu que ela estava procurando desculpas para ir embora. Ela chorava e se despedia com o choro. Ia dizendo adeus baixinho. Esqueceu-se do dedo, da porta, esqueceu por que chorava, por que estava ali. E foi. Ele ficou parado, sem saber o que fazer. Era o primeiro domingo que ia passar sem ela. Não ia ser fácil, mas era tarde demais. Ela já tinha sumido no horizonte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não suma de meu horizonte.

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...