terça-feira, 16 de novembro de 2010

Capítulo vinte e três

A gente estava sentado um ao lado do outro. Eu preferia nem puxar assunto e aproveitar o sol, mas eu não ia ser mal-educada, e ele tinha falado alguma coisa.
-Desculpe, eu não ouvi.
-Eu falei que ela é mesmo linda, né?! Tem um jeito que combina com ele, e com a família dele.
Eu sabia que aquilo era uma provocação. Ele continuou elogiando a garota, dizendo o quanto ela tinha tudo que a família aprovava. E eu... Bem, eu era precisamente a antítese daquilo. Era nítido.
-É, ela é bem bonita.
E cortei o assunto. Acho que ele já tinha provado o seu ponto. Já haviam me dito para eu não escutá-lo, mas ele sempre fala as coisas com tanta propriedade, não tem como não acreditar. Além do quê, ele só estava comprovando uma dúvida que eu tinha latente. Eu, que queria tanto ficar, fui pegar as minhas coisas para irmos logo embora.

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eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...