quarta-feira, 23 de junho de 2010

Para onde foi a manhã?

Onde está aquela manhã que deveria acontecer?
A manhã que deveria fazer a noite se calar.
(E a noite não se cala.)
Onde está essa manhã que não veio?
Haverá algum fuso horário atrapalhando a sua chegada?
Alguma estrela entupindo a passagem?
Algum cemitério escondendo manhãs que morrem sem nascer?
Quem esconde a minha manhã de sol forte,
ou mesmo de chuva e tempo frio?
Não vejo manhã nenhuma, nessa noite que não termina,
nessa escuridão que é o meu peito por dentro.
Aquela manhã que há anos espero,
que há anos deve me esperar também,
aquela manhã que deveria clarear o dia,
que deveria pôr os girassóis a girar,
para onde foi que não a vejo chegando?
Há anos que minha vida é uma noite interminável,
sempre a espera de uma manhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

Noite interminável: você é o meu amanhã...

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...