domingo, 20 de dezembro de 2009

Não muito

Quando eu te vi pela primeira vez, acho que foram os seus olhos claros que me convidaram. Havia tanta gente. Você me olhava com medo, parecia que era medo. Pelo tempo que demorou a vir me perguntar qualquer coisa, acho que era mesmo um pouco de medo. Você dizia coisas tão fascinantes. Ou era eu que escutava só o que eu queria ouvir? Você me ganhou desde o primeiro olhar. E foi me ganhando. Mas você parece me perder aos poucos agora. Eu não sei se espero, se vou, se é cedo ou se é tarde. Você me confunde. Eu não consigo te decifrar, você carrega qualquer coisa de saudade. Antes mesmo de você chegar eu já estou sentindo saudade. Acho que é a ausência, que mesmo que você lute contra ela, você aprendeu a ser ausente. Eu carrego uma multidão no peito. São muitas e muitas pessoas. E todas elas querem um pouco. Todas elas sentem saudade, você consegue deixar a multidão do meu peito sozinha. Você consegue não dar a mão para nenhuma das pessoas que eu trago comigo. Eu não peço muito, posso transformar essa multidão em uma só. Eu não peço muito, só não quero mais essa sua saudade.

4 comentários:

Gabe Candido disse...

Não é muito, mas ao mesmo tempo é tudo, porque não há nada pior que sentir saudade.
seguindo aqui :)
Bjs

Anônimo disse...

Estou mais uma vez sentindo que estou perdendo você. Diga que não é verdade...

Aline Netto disse...

Apaixonei pelo seu blog!
Parabéns pelos textos lindos!

Anônimo disse...

É pra alguem em especial?

As suas coisas espalhadas

Elas me observam andar pela casa, chorar escrever  quando é minha vez de observá-las choro um pouco mais por tudo que carregam viagens, lemb...