domingo, 5 de abril de 2009

Dedico

Aos peixes que morreram para que eu pudesse comê-los. Às formigas que pisei enquanto corria apressada. Às dores de cabeça que senti durante a ressaca. Aos apertos no meu coração que vieram no dia seguinte. Às unhas que roí até o meu dedo sangrar. Aos segredos que guardei tanto que se tornaram rugas. À tudo aquilo que desperdicei por não querer mais. Aos trabalhos em grupo que só participou o meu nome no papel. Às festas que me convidaram e eu não fui. Às cadeiras que ficaram vazias porque eu não sentei. Às lágrimas que escorreram em meu nome. Aos nãos que doeram em alguém. Às laranjas que espremi mas não tomei. Aos gritos que eu não ouvi, aos gritos que eu dei, aos gritos que não dei também.

A minha dor lhes é suficiente?




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Um comentário:

Letícia Cardoso disse...

Gosto do que escreves.

Sempre me faz refletir;

eu ajunto a coragem

eu só quero o que desejo porque  há o seu abraço o seu tempero o seu tempo, temperamento  há tempos eu percebo  minha vida, meu sossego  bem...