segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Não adianta

Estou sim adiando a nossa conversa. É muita coisa que fica perdida na tradução de um sentimento partido. Não vamos entender, nem eu e nem você. Tanta coisa incompreensível...
Sobre o quê iremos falar? Sobre o que você nunca disse? Ou sobre o que eu sempre tive que adivinhar?
Podemos então falar sobre a praia que sempre ficou nos esperando, que eu fiquei esperando, mas você não me levou. Podemos falar também sobre as fotos que eu sempre quis tirar, mas você nunca levou a máquina. Ou então a gente pode falar sobre todos os textos que eu escrevi para você, mas você nunca disse nada. Você gostou?
Essas coisas a gente pode sim falar, mas por favor, não me pergunte por que eu fui embora.
Eu fui embora porque um dia eu percebi que o amor não é mudo. Porque eu percebi que eu quero ficar rouca de tanto conversar de madrugada. Porque eu vi como o horizonte é infinito e eu quero andar nele até cansar. Eu fui embora porque eu vi como a vida estava me chamando e eu não podia mais deixar o tempo passar assim, tão à toa.

4 comentários:

Anônimo disse...

Coisa ruim, mas necessária! Praias virão... muitas fotos e altos papos. Outras horas! Beijo, no coração!

Vâmvú disse...

Perceber que o amor não é mudo...
Pode ser até silencioso mas mudo com certeza não é. Lindo texto, Clara. Realmente não podemos deixar o tempo passar à toa... Bom quando a gente percebe isso...
Bjão

Anônimo disse...

como as histórias se repetem...
São as mesmas histórias, em corpos diferentes.
Existe esperança?
Sinceramente, não!

Anônimo disse...

Clarinha!
Esse é o meu preferido!
Você escreve muuuito, menina.
Lindo, lindo, lindo demais!

Beeijos

uma mordida na perna um veneno de lagarta no dedo uma conta negativa no banco uma franja que eu não gosto um bloqueio criativo um medo que n...