Quis ficar em silêncio só com os meus sons.
Não quis escutar mais nada além de mim,
E nem ter que espalhar as minhas palavras pelos ouvidos dele.
Mas ele veio.
Ele veio e trouxe milhares de barulhos, cheiros e caras, dessas que ele faz pra tentar me seduzir.
Eu tive de dividir os meus sons com os dele.
Os meus cheiros com os dele.
Os meus pés também.
E tive que fazer aquelas caras que eu faço quando o resto do mundo não me interessa mais.
A gente riu: eu dele e ele de mim.
E então eu quis, secretamente, que os pés dele nunca mais andassem para longe dos meus.
5 comentários:
Linda foto... Lindo texto!
Muito bonito isso! Gostei à beça. =) Belíssimo texto.
Lindo, Clara, lindo...
Bjão
Quando os pés dele andam longe e isso gera um incômodo em nosso coração eu costumo chamar isso de saudade.
Tá bonito mesmo.
Como as relações humanas são cruéis...
Como as relações humanas são espelhadas em um tipo ideal inexistente e inalcansável...
Por que fazemos isso com a gente?
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