terça-feira, 27 de maio de 2008

Há molduras que esperam

Não sei se é nos seus olhos, se é no medo, se é nos meus pensamentos egoístas, ou se é no caminho até você que eu estou perdida. Mas eu estou. Você tem as palavras preferidas dos meus ouvidos, só que eles estão um pouco fechados, surdos talvez. Há muito resquício de tudo nas minhas mãos, na minha vista falha, no meu coração pequeno e mesquinho. Tenha calma, porque eu já tive pressa das coisas e a pressa leva ao fim. Medo, pressa, angústia... É tudo feito de fim. O fim é um quadro triste pendurado na estante. A moldura não é bela: de madeira ou de pedras brilhantes. E no fim, o que vemos é a terra emcima de nossos corpos silenciosos. Não faça silêncio, ele será abundante. Seja apenas o meu mapa, mesmo que você precise dele às vezes. Eu serei o seu também, mesmo que ele não leve a lugar algum.

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