segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cedo

Ainda é cedo, eu sei. Meu Deus como é cedo, é cedo demais. Tão cedo o sol nem raiou, ainda é noite, veja, é cedo demais. Eu sei, meu bem, eu sei que é cedo, mas eu também tenho um problema com o tempo - eu acho que estamos perdendo tempo. Acho que o cedo vai embora antes que você consiga abrir os olhos da piscada anterior. É cedo demais para fazer as coisas que estamos adiando, só para elas é cedo demais.  

Não sei

O meu desejo é por novidade - quero encher o cérebro de coisas novas. Quando eu morrer terei mais coisas para ver antes que me levem para a outra camada. E não só por isso, é pela magia que as coisas novas tem. Imagine você que outro dia conheci Cartola. Um amigo meu de longuíssima data me mostrou. Ele sabia que eu ia me emocionar. Ele entende o quanto o mundo guarda essas pessoas cheias de arte - e é a arte que salva nossas vidas todos os dias. Mais uma vez esse meu amigo me faz ficar acordada pra escrever. Dormir pouco é a minha solução - talvez até eu um dia escreva um livro aqui na madrugada, nessa mesma madrugada que se prolonga para a eternidade a partir do momento que está escrita aqui. Eu não sei se conseguirei ser feliz um dia sem um pouquinho de arte. Será que na minha vida futura, na minha vida que se aproxima eu vou ter arte todos os dias? É a mágica, não sei viver sem ela.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Três cores

Ultimamente tenho pensado em me desculpar
por ser sempre tão eu - esse rascunho de algo bom.
Você sabe como são rascunhos, 
ainda mais quando são feitos à lápis
e com tanta gente com borracha nas mãos.
Queria te dar uma única borracha, 
para que só você pudesse me apagar de vez em quando.
Entendo tão bem quando você reclama,
mas eu não consigo me consertar.
Fico pensando se esse meu rascunho vai poder lhe servir
talvez para a vida toda,
ou se ainda preciso mesmo ser passada a limpo.
Porque eu não sei se vai existir ainda uma versão melhor de mim
ou se serei sempre esse rascunho de três cores. 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Oito para as onze

Dez para as onze. Na minha mesa: uma crítica ao filme que eu não quero ver, mas que eu me arrependi de ter desprezado na sua cara. Eu devia ter desprezado só internamente. Tem também um tubo de hidratante que já estava no fim, mas ainda tinha um pouco então eu cortei o tubo e descobri que ainda tinha muito. Ouço uma música de violão - achei que eu tinha enjoado de músicas de violão, mas não: elas é que tinham enjoado de mim. Oito para as onze, melhor eu começar a fazer alguma coisa útil. Vou desenhar um gatinho com as minhas canetas coloridas. Queria ter nascido com uma voz boa para cantar, músicas são bem mais vendáveis do que textos ou desenhos de gatinhos.

você, um beco

Querosene explosão  admite a melhora admite a melhora da casa com as plantas uma samambaia para cada lado tirar dois livros da estante uma b...